Dia Mundial 

Algumas construções na Cidade já têm o sistema que capta e reaproveita o líquido.

É perfeitamente viável para as construtoras a inclusão de sistemas de utilização da água da chuva para diminuir o consumo em edifícios comerciais e residenciais. A opinião de Renato Monteiro, presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), leva em consideração casos pioneiros em Santos.

Conforme a Tribuna publicou na última segunda-feira, no suplemento Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, o uso da água pluvial terá, a partir do próximo dia 29, um conjunto de regras criado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a construção e instalação de sistemas de captação em edifícios. O Brasil será o primeiro país a regulamentar regras para este procedimento.

Um edifício que está sendo erguido pela construtora de Monteiro no número 86 da Rua Minas Gerais, Boqueirão, já foi projetado com um sistema de utilização da água da chuva. O líquido não servirá para o consumo humano, mas será usado para lavar as áreas comuns do prédio.

O edifício da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Avenida Conselheiro Nébias, 159, também utiliza águas pluviais.

“Há outros empreendimentos que também já estão implantando este sistema, mas o número ainda é restrito. Falta dar prioridade à economia de água”, ressaltou Monteiro.

O empresariado também já investe nesta economia. Além de usar a água da chuva para reposição do sistema de ar condicionado do restaurante central, a Cosipa possui 16 sistemas de resfriamento e circulação para a reutilização da água usada em processos operacionais de siderurgia. São reaproveitados 60 mil metros cúbicos por hora.

Dura realidade
Se a aprovação de regras para a utilização da água da chuva é um motivo para comemorar o Dia Mundial da Água, celebrado hoje, os números ainda mostram uma realidade, no mínimo, preocupante.

Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentado há dois anos, mostrou que 46% da água captada se perdem antes de chegar aos consumidores. Todo ano, cerca de 5,8 bilhões de metros cúbicos ficam no meio do caminho por diversos motivos, entre os quais vazamentos.

Segundo levantamento feito em prédios de Santos e apresentados ao Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), com pequenas intervenções no sistema de escoamento da água de um edifício é possível economizar até 23%do que é consumido.

Em Santos, o desperdício é notável. Segundo a Sabesp, o consumo diário de água da Cidade é de 200 litros por habitante, muito acima do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 110 litros.

De acordo com o presidente do Sicon, Rubens Moscatelli, todo prédio, principalmente os que têm mais de 20 anos, deve passar por manutenção anual feita por um profissional especializado (de preferência, um engenheiro), para verificar se não há vazamentos em todas as dependências do prédio e nos apartamentos.

Regular válvulas de descargas e verificar sempre a vazão dos registros são outras medidas simples e essenciais, segundo Moscatelli. Os condôminos podem recorrer também à instalação de redutores de vazão nos chuveiros dos apartamentos de pisos inferiores, em que a pressão é maior.

Roberto Pedroso Carvalho, presidente da Associação H2O e sócio-proprietário de uma empresa que promove em prédios a redução do consumo de água, garante que métodos simples já reduziram a conta de água de um edifício comercial de R$ 9 mil para R$ 3 mil.

Aquário e Orquidário promovem atividades
O Aquário e o Orquidário municipais irão celebrar o Dia Mundial da Água, comemorado hoje, com atividades de conscientização para o público adulto, adolescente e infantil, até o final do mês.

No Aquário, estudantes de 4ª a 8ª séries podem participar, gratuitamente, da palestra Água: do peixe ao homem, todos dependem dela, que segue até o dia 30, de terça a sexta-feira. O evento inclui jogos sobre a importância do uso consciente da água para a manutenção da vida.

No sábado, das 9 às 13 horas, será a vez da campanha contra o lixo no mar, direcionada a estudantes de Biologia, Oceanografia, escoteiros e voluntários interessados em aplicar questionários e orientar as pessoas na orla da praia.

No Orquidário, o público poderá observar em um microscópio a água do lago do parque, além de receber explicações e exemplos práticos de quanto gastamos desse recurso nas atividades cotidianas.

Para as crianças, será realizado o teatro D-22, o ET no Planeta Terra, das 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas. Depois de assistir à peça, a garotada também participa de uma oficina que ensina a fazer um cartão em forma de gota d’água.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 22/03/2007)

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