O bom exemplo chegou até moradores de prédios residenciais. Restaurantes e  quiosques já separam o material na Cidade. E ainda saem ganhando com a iniciativa. Responsável pelo recolhimento, a organização não-governamental (ONG) Trevo, com sede na Capital, troca o “lixo” por material de limpeza.

Além da questão econômica, tal prática traz outras vantagens, como contribuir para não contaminar o meio ambiente e ainda diminuir a possibilidade de entupimento dos canos do prédio.

No edifício Monte Branco, na Pompéia, cerca de 40 moradores dos 52 apartamentos já aderiram à coleta do óleo, separando o material em uma garrafa pet e colocando junto à lata de lixo nas escadarias. O resto fica por conta dos funcionários que depositam a gordura em um galão.

O zelador José Carlos do Carmo Santos disse que a idéia foi colocada em prática há três meses e foi bem recebida. “As pessoas já estão colaborando mais”. Por mês, o prédio consegue armazenar cerca de 40 litros de óleo usado nas frituras. È uma boa quantidade levando em conta que uma família de quatro pessoas consome em média 1 litro por mês. Com o material que antes era descartado, o Condomínio recebe 1 galão de detergente que custa em média R$30,00.

Jovens
Além de vários comércios, a idéia de recolhimento também chegou em equipamentos públicos da Prefeitura. Nos centros esportivos M. Nascimento (Zona Noroeste) e Rebouças (Ponta da Praia), crianças e adolescentes já levam em garrafas o óleo usado em casa.

O chefe do Departamento de equipamentos da Secretaria Municipal de Esportes (Semes), Ricardo Sabino Cavallini, diz que são arrecadados 60 a 70 litros por mês. Ele reconhece que não é muita coisa, mas já é um pontapé para conscientizar os jovens. Há seis meses, o líquido é trocado por material de limpeza para a própria manutenção do local.

ONG faz trabalho em 100 prédios da Capital
“O prédio ganha e a natureza agradece”, afirma Roberto Costacoi, presidente da ONG Trevo, que desenvolve o mesmo trabalho de recolhimento em aproximadamente 100 edifícios do bairro Cerqueira César, na Capital.

Atualmente a ONG tem galões espalhados em restaurantes e quiosques. Só no Inverno Santos, são 30 recipientes para recolher o óleo usado em frituras nas barracas freqüentadas por turistas e moradores da região.

Em troca, os estabelecimentos comerciais recebem vassouras, detergentes, sacos de lixo, entre outros. Costacoi explica que a maior parte do material recolhido é transformado em sabão e outros produtos de limpeza.

Para tentar incutir a mudança de comportamento em moradores, síndicos e administradoras, Costacoi irá falar hoje sobre Reaproveitamento de óleo de cozinha nos edifícios, dentro do ciclo de palestras promovido pelo Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon).

Economia ecológica
Para o presidente do Sicon, Rubens José Reis Moscatelli, quem ajuda está favorecendo o meio ambiente e economizando em gastos com manutenção em razão de possíveis entupimentos.

Por lei municipal, os prédios são obrigados a limpar a caixa de gordura a cada seis meses. Segundo ele, existem condomínios que fazem isso a cada dois meses em razão da grande quantidade de óleo despejado nas pias e ralos. “Vejo com bons olhos essa iniciativa”, resume Moscatelli. Segundo o sindicato, Santos tem cerca de 5.500 condomínios.

Serviço
A palestra acontece às 15h30 na Avenida Ana Costa, 25, 4° andar, na Vila Mathias. Informações: 3224-9933.

Personagem
Viviane Bartel Nascimento – a professora Viviane entende que mais importante do que o material de limpeza recebido em troca pelo recolhimento do óleo usado em frituras, o respeito com a natureza é o mais relevante. Há cerca de 10 anos, morando no Edifício Monte Branco, com sua família, ela entende que “a idéia é excelente” e precisa ser adotada em regime permanente. Na escola onde leciona, Viviane ensina aos seus alunos adotarem uma postura de respeito à natureza para que a qualidade de vida das próximas gerações não seja mais afetada por atitudes irresponsáveis. “É um trabalho de formiguinha que não terá repercussão agora”.

Método ganha cada vez mais adeptos
A idéia de reciclar o óleo utilizado em frituras vem ganhando cada vez mais adeptos na região. A Tribuna noticiou, no último dia 13 de maio, o início da troca do resíduo usado por produtos de limpeza pelos quiosqueiros da praia, conforme estabelece a parceria com a ONG.

A edição de 14 de junho trouxe reportagem sobre estudantes da rede  municipal de São Vicente que, à época, começavam a recolher o produto em suas casas para trocá-lo por material de limpeza, por meio de um convênio da Prefeitura com uma empresa de São Bernardo do Campo.

Mas a iniciativa não é recente: em 2 de fevereiro de 2002, o jornal publicou matéria sobre permissionários dos quiosques santistas que, também a partir de um convênio, trocavam o material inutilizado por sabão em barra, produzido por uma empresa do ABC Paulista.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 18/07/2007)

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