Meio ambiente – Dez toneladas de detritos provenientes de São Vicente e Santos são retirados, por semana, do Casqueiro.

O Rio Casqueiro, um dos limites de Cubatão, com as vizinhas Santos e São Vicente, e que abriga em suas margens o mais nobre bairro do Município, vai fechar o ano dando um “prejuízo” de cerca de R$86 mil aos cofres públicos. Dinheiro gasto com a coleta de lixo feita semanalmente no local.



Pior, boa parte do resíduo em questão não é produzida no Município. Vem das favelas das cidades vizinhas. O lixo atirado na água acaba trazido pela correnteza e o material fica depositado no leito do rio, num trecho de curva.



De acordo com Eduardo Bello, secretário de Meio Ambiente de Cubatão, trata-se de lixo metropolitano que fica todo para Cubatão coletar. “Tem de tudo. De sofá a embalagens de leite. Com a maré cheia, tiramos o que é possível e bóia, mas quando a maré começa a retroagir (baixar) muita coisa fica presa na lama”.



Ainda segundo Bello, é retirado do rio tudo o que é possível, num trabalho “artesanal”. Ele acrescenta que parte da sujeira pára nos mangues próximos à Vila Esperança.



Conscientização
O correto, na opinião do secretário, seriam coletas na outra margem do rio, e partir para a educação ambiental dos habitantes das favelas – Sambaiatuba, em São Vicente, e Vila Gilda, em Santos.



Ainda de acordo com o secretário, o dia de maior coleta aconteceu em 22 de agosto, com quatro caminhões lotados de material retirado do rio. Cada tonelada coletada custa R$180,00 aos cofres municipais. A média de recolhimento, nas contas do secretário, fica em torno de dez toneladas por semana. Com ajuda de varas com redes, o lixo é retirado sempre às quartas-feiras, quando a maré está cheia.



“Quando ela (maré) sobe traz todo o lixo acumulado sob os barracos do outro lado e, por causa da geografia do rio (curva), os detritos se acumulam, principalmente, no trecho da Avenida Beira-Mar. O aposentado José Maria de Souza, morador da Avenida Beira- Mar há 18 anos, acredita que falta interesse de todos os lados (Prefeituras) para uma solução do problema. “É muita sujeira. Tem de tudo. De um lado a falta de instrução das pessoas que jogam o lixo no rio, do outro, não há vontade para se encontrar a solução”.



Os municípios vizinhos de Santos e São Vicente se defendem das críticas dos cubatenses. Apresentam iniciativas que desenvolveram nos núcleos onde o lixo é produzido. São Vicente gradativamente reduz o problema com a construção de moradias em lugar das palafitas e com trechos de avenidas beira-mar, para diminuir as chances de construção de novos barracos.



Segundo o secretário de Comunicação Social de São Vicente, Clóvis Vasconcellos, os núcleos do Sambaiatuba e outros vizinhos têm coleta de lixo em dias alternados e o Lixão do Sambaiatuba foi extinto. No local foi construído um parque ecológico em 2002. “Mais do que isso, estamos recuperando o mangue, com vegetação obtida em viveiros”, diz Vasconcellos.



Pelo lado de Santos, Geonísio Aguiar, administrador da Zona Noroeste, onde fica o núcleo da Vila Gilda, garante ter sido congelado o número de barracos que, pelos seus cálculos, deve ser perto de cinco mil unidades. “Avisamos aqueles que estão construindo para recolher tudo (madeira) porque do contrário vamos tirar o novo barraco e apreender o material”, diz Aguiar.



Ele lembrou que diversos programas de educação ambiental e centenas de lixeiras já foram instalados no núcleo, mas reconhece que o problema persiste. “Infelizmente, as pessoas têm este péssimo hábito (despejar lixo). Os barracos são erguidos já com uma janela ao lado da pia, para permitir que se jogue tudo para o lado de fora mesmo”, diz. Aguiar afirma também que programas de conscientização são desenvolvidos, como filmes produzidos por alunos que moram na Vila Gilda e mostram o problema do lixo acumulado sob as palafitas.



“Hoje (ontem) mesmo, estávamos instalando um pontilhão e pudemos constatar que o lixo continua simplesmente jogado pelas janelas”, diz. A coleta do lixo depositado nas águas encharcadas, feita com barcos, ainda existe, mas é classificada como um trabalho difícil, tamanha a quantidade de material descartado sem qualquer critério.



(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 13/10/2007)



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