Uma madeira que não vem de árvores promete não só impulsionar o crescimento sustentável das ferrovias no Brasil como diminuir o volume de detritos que chega aos lixões e aterros do País.



A tecnologia, 100% nacional, permite transformar saquinhos de supermercados, vasilhames de óleo lubrificante, embalagens de agrotóxicos, pneus e diversos outros produtos à base de resinas, em tapumes, paletes, bancos, píeres, cercas, portões e dormentes —toras sobre as quais se assentam os trilhos.



É a chamada madeira plástica, uma tecnologia criada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que consiste em triturar e misturar todos esses resíduos até que se transformem em uma massa multiuso.



Santos 
Como até 2015 estão previstas a instalação de seis mil novos quilômetros de trilhos, cerca de oito milhões de árvores irão se transformar em dormentes.



Por outro lado, com mil toneladas de resinas – praticamente a mesma quantidade de lixo plástico que os moradores de uma Cidade como Santos descartam a cada 30 dias – são produzidas 900 toneladas mensais de madeira plástica. 



A produção ainda não é suficiente para atender a demanda. O custo de cada dormente de plástico também é superior ao tradicional. Mas isso não inibe o mercado.



Nos últimos dois anos, seis fábricas de madeira plástica foram construídas no Brasil. Uma das mais antigas é a Ecowood, que se instalou há dois anos em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A mais recente é a Wisewood. Em operação há dois meses, ela se localiza em Itatiba, no Interior paulista.



Vida útil
Cada dormente de plástico consome cerca de quatro mil embalagens, como sacolinhas, frascos de xampu, garrafas PET etc.  



Para obter essa chr39matéria-primachr39, as empresas estão recorrendo a parcerias com associações de catadores, prefeituras, supermercados e postos de gasolina.



Além do benefício ambiental, os dormentes de plástico têm durabilidade de até 50 anos, contra 15 anos do produto natural. E, ao final da vida, podem ser inteiramente reciclados.



A grande aposta
A MRS Logística e a Companhia Vale do Rio Doce, responsáveis por 50% das cargas transportadas no País, já utilizam em suas malhas equipamentos de aço e fazem testes com dormentes de plástico. Por ano, a Vale troca mais de 1,5 milhão de dormentes, com um gasto de R$ 200 milhões anuais. "A grande vantagem é que se utiliza material reciclado. O custo ainda não é atrativo, mas em grande escala, acredito que isso deva se inverter", disse Plínio Tocthetto em entrevista à Gazeta Mercantil. "É realmente a grande aposta das ferrovias. A matéria-prima é abundante e os testes mostram que é um produto com durabilidade necessária", afirmou o diretor de engenharia e manutenção da MRS, Luiz Cláudio Torelli. Já a ALL América Latina, que como a Vale testa locomotivas movidas com biodiesel, consome 700 mil dormentes por ano. Para atender as suas necessidades, a empresa comprou três florestas de eucalipto (foto) para suprir 50% da demanda. 

Vem aí a camisinha natural
Com investimentos de R$ 30 milhões, a primeira fábrica de preservativos do mundo a usar látex natural (de seringueira) está prestes a iniciar suas atividades em Xapuri, no interior do Acre.



De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), César Dotto, além da proposta de trabalhar com uma das grandes potencialidades naturais da Amazônia – o látex de seringueira – o projeto possui outro diferencial, que é a Parceria Pública Comunitária.



Os fornecedores da matéria-prima são centenas de produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada entre os municípios de Xapuri e Brasiléia. Em pleno funcionamento, a fábrica terá condições de oferecer 150 empregos diretos.



"Os objetivos desse projeto vão além da produção dos preservativos. Buscamos reduzir a importação de preservativos masculinos por parte do Ministério da Saúde, viabilizar a economia extrativista da borracha natural e a melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem na região", afirma Dotto.



O projeto é inédito no País e, segundo representantes do governo acreano, também não há notícias de iniciativas similares no mundo. Em função disso, a novidade precisou de mais tempo do que o previsto para chegar ao resultado desejado. A proposta é de que a produção atenda ao mercado nacional sob a orientação do Ministério da Saúde.



"Não existe nenhuma fábrica do mundo que utiliza o látex nativo de seringal e por isso tivemos muitos aprendizados até chegar aqui. Tivemos que realizar toda a adaptação necessária para formulação do preservativo, por exemplo. Precisamos de mais tempo. Agora estamos num processo de certificação do produto e do processo", afirma.



De acordo com a direção da Suframa, a produção da fábrica deve chegar a 100 milhões de preservativos ao ano.



Sobre as expectativas, Dotto diz apenas que espera ver o produto no mercado nacional o mais breve possível.



"A fábrica já faz parte da vida dessas duas comunidades porque como eles já são fornecedores do látex e já participaram dos treinamentos necessários a esse trabalho, não dá para dizer que o processo ainda não começou. A expectativa agora não é mais de ver a fábrica funcionando e sim de colocar isso para a comunidade consumidora. Pretendemos sair o quanto antes dessa fase de certificação e fazer com que este produto esteja no mercado", acrescenta. (Fonte: Amanda Mota – Agência Brasil)



(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 25/02/2008)



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