Beber muito suco de uva é o que os médicos recomendam às pessoas que têm má circulação sanguínea, pois a fruta purifica o sangue. E a gordura, proveniente do óleo de fritura, está entre os principais causadores da obstrução arterial.

O que acontece em Santos e em outras cidades não é muito diferente do que ocorre com o corpo humano. No caso, os vasos sanguíneos são equivalentes às tubulações de esgoto, pois todo o óleo despejado ralo abaixo também obstrui o sistema sanitário. Porém, nesse contexto, nem mesmo todas as uvas cultivadas no Rio Grande do Sul resolveriam o problema.

Contudo, o entupimento das artérias sanguíneas e do sistema de esgoto está longe de ser o único prejuízo causado pelo óleo de cozinha. O produto tem um grande potencial de contaminação. "Quando despejado pelo ralo, o óleo de fritura chega à rede de esgoto e é lançado no mar ou nos rios. O problema é que o óleo é menos denso que a água e ele se espalha pela superfície com muita facilidade. Basta ver que apenas um litro de óleo é suficiente para contaminar até um milhão de litros de água, impedindo a passagem de luz solar na água, além de prejudicar a oxigenação das plantas aquáticas e afetar todo o seu ecossistema. Portanto, cada litro de óleo recuperado equivale a milhares de litros de água preservada", explica Stefan Klaos Lins, químico santista especializado em meio ambiente.

Para ele, a solução está na conscientização das pessoas quanto à importância da preservação ambiental, pois diversas entidades possuem projetos de reaproveitamento de óleo utilizado e, até mesmo, os governos Federal e Estadual já criaram leis que regulamentam o assunto. Em 30 de março de 1998, foi aprovada uma lei que considera crime ambiental o descarte impróprio de óleo e outros resíduos que poluem o meio ambiente. Em nível estadual, São Paulo também instituiu legislação que restringe o descarte do óleo vegetal usado, tornando a prática indevida sujeita a multa e até ao fechamento do estabelecimento responsável.

"As leis e as entidades que tratam da questão estão aí. Agora basta que a população se conscientize e busque mais informações sobre como proceder de forma ecologicamente correta. Para isso, fazemos palestra sobre a questão em escolas. Nesta quinta-feira, dia 31, foi a vez do colégio Novo Tempo, de Santos. Conversamos com cerca de 100 professores e 720 alunos. Tenho certeza de que a criançada verá o óleo de outra forma e nos ajudará com a coleta", ressalta Klaos Lins.

Coleta e reciclagem - Muitas vezes, no entanto, é difícil saber onde existem postos de coleta de óleo usado. Em Santos, algumas empresas apostaram no negócio. Klaos Lins, por exemplo, é representante da Bioauto na Baixada Santista. Por meio do Programa de Reciclagem de Óleo Vegetal, a empresa faz um trabalho de captação de óleo usado. Todo o resíduo coletado é armazenado e encaminhado para usinas de reciclagem. "Aqui na região coletamos. em condomínios residenciais, empresas, restaurantes e escolas, cerca de mil e quinhentos litros mensalmente, mas a tendência é dobrar a cada mês. Se conseguirmos chegar a 55 mil litros/mês, construiremos uma usina de reciclagem na Baixada, que, segundo estimativas, consome cerca de 850 mil litros todo o mês. Portanto, é possível atingir a meta proposta", afirma Klaus Lins.

Também Marcelo Batista Raymundo, responsável pela coleta de óleo usado da empresa santista Marim - Gerenciamento de Resíduos, vê com bons olhos a possível criação de uma usina de reciclagem na região. "Os 5 mil litros de óleo que coletamos mensalmente, dentro do projeto De Olho no Óleo, nós enviamos para uma indústria de Piracicaba. Se houver uma usina aqui, teremos menos gastos com transporte, além de desenvolver e estimular a reciclagem na região", diz.

Tanto a Bioauto quanto a Marim têm esquemas de coleta, com a distribuição gratuita de galões de 50 litros para armazenagem do produto em edifícios residenciais, restaurantes e empresas, bem como a manutenção de alguns pontos de arrecadação. A Bioauto tem um posto no Banco Real da avenida Ana Costa, 481; já a Marim prioriza a coleta nas escolas municipais de Santos. "Uma de nossas preocupações é conscientizar as crianças, pois elas são ótimas disseminadoras de informação e podem ensinar seus pais. Para estimulá-las, quando o colégio arrecada um volume de 2 mil litros de óleo de cozinha, damos uma bicicleta", explica Marcelo Batista Rauymundo, acrescentando que a empresa ainda distribui barris de coleta para condomínios, residências, restaurantes e ambulantes, pagando 30 centavos para cada litro coletado.

Bioauto: 3021-0305 bioauto.bs@hotmail.com
Marim: 3273-4438

(Fonte: Veiculado no Jornal da Orla, em 03/02/2008) 

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