Seu Pedro é um “lixeiro das feiras”. Assim se define o homem que transforma a madeira de caixotes de uva, tomate e verduras que iriam para o lixo em baús, gaveteiros, porta-jóias e até oratórios. Em um ano de trabalho totalmente artesanal, ele já criou mais de 30 peças, cumprindo, como consequência, o importante papel de reciclar.
 
É claro que, diante do volume de lixo produzido todos os dias pela população, a reciclagem pode resultar em bons lucros. Mas o aposentado Pedro Paulo Velasques não ganha dinheiro com isso. Ele nunca comercializou suas criações, e reaproveita tudo que encontra por puro prazer. O prazer de transformar, de retalhar uma pedaço de madeira e fazer dele o telhado cheio de detalhes de um oratório, ou um baú que, depois de receber uma cor e um verniz, compõe perfeitamente com as peças da sala de estar.
 
‘‘Quando me aposentei, em setembro do ano passado, passei a me dedicar ao que gosto: criar com a madeira’’, contou o artista, de 65 anos. Formado em Administração de Empresas e Matemática, ele dedicou os últimos 15 anos da carreira ao ofício de lecionar.
 
Após ter parado de trabalhar, começou a recolher caixas nas feiras e fez a primeira peça. E não parou mais. ‘‘Já criei cinco oratórios e distribui para toda a família’’. O primeiro, uma peça simples, foi feito a pedido da mulher. O aposentado foi se aperfeiçoando e criou um oratório com uma torre e com sino.
 
Depois, com duas torres, sustentadas por colunas cheias de detalhes e acabamentos, um sino e um relógio. A peça, com aproximadamente 50 centímetros de altura, ganhou uma pintura, os personagens bíblicos e um lugar definitivo no quarto do casal.
 
‘‘Eu gosto muito da reciclar. Talvez seria mais fácil comprar um compensado do que gastar combustível e tempo para ir até a feira pegar madeira usada. Mas eu gosto’’, afirmou o aposentado.

OFICINA
Agora, boa parte de seus dias é dedicada ao artesanato com madeiras. Em algumas peças, ele reaproveita inclusive sacos de batata, que, depois de receberem um verniz, servem de forro e dão novos contornos às criações. ‘‘Um dia, encontrei uma cortina de madeira no lixo. Também aproveitei’’.
 
 Devido ao aumento da produção, o quarto dos fundos do apartamento serve agora somente para a confecção dos detalhes das obras. Os pedaços maiores de madeira vão para uma oficina montada no sítio de um amigo em Pedro de Toledo, no litoral sul, onde Pedro passa todos os finais de semana.
 
O aposentado até pensa em comercializar suas peças. Mas, vendendo ou não, seu Pedro diz que continuará sendo o lixeiro das feiras enquanto puder. ‘‘Tudo pode ser aproveitado. É só imaginar e criar’’.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 20/04/2008)

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