Vasos e veias tortas e saltadas constrangem na hora de usar bermuda ou sunga. Segundo cirurgião, em 2006, 20% dos pacientes foram homens, número que cresceu para 25%, em 2007; 10% são motivados pela estética.

Nem curar um problema de circulação nem evitar feridas. O que tem levado muitos homens a procurar tratamentos para varizes é a tentativa de deixar as pernas mais bonitas.

Por meio de cirurgias ou tratamentos alternativos, eles estão encontrando formas de se livrar dos vasos ou das veias tortas e saltadas que são motivo para deixar bermudas e sungas encalhadas no armário.

É o caso do advogado Neweton Robles Godoi, 57, que tinha uma variz de grosso calibre na perna esquerda. "Ficava um pouco acima do tornozelo e era bastante visível. No dia-a-dia não atrapalhava, porque sempre trabalho de terno, mas dava um pouco de constrangimento em certas ocasiões, como quando ia à praia no Guarujá", diz.

Segundo o cirurgião vascular Eduardo Toledo Aguiar, membro da SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular) há uma preocupação cada vez maior dos homens quanto a essa parte do corpo. "Em 2006, 20% dos procedimentos que fizemos foram em homens. Em 2007, 25% deles."

O diretor clínico da Spaço Vascular diz que essa tendência é demonstrada pela procura por tratamento feita por jovens com menos de 30 anos, grupo em geral pouco atingido pelo problema. "Na última semana, atendi a um jovem de 27 anos que não tinha nenhum sintoma indicativo de tratamento por questão de saúde. Cerca de 10% dos homens querem apenas tratar por questão estética."

As varizes são geralmente associadas a mulheres. Pesquisas mostraram que 20% têm varizes até os 30 anos, enquanto nos homens, o índice é de 3%.

A principal causa das varizes é a hereditariedade. O sedentarismo e o estilo de vida também contribuem para seu desenvolvimento. "Ficar muito tempo na mesma posição, sentado horas dentro do automóvel todos os dias, por exemplo, e não fazer exercícios físicos, ajuda a ter varizes", afirma Aguiar.

Muitos homens, porém, demoram para reparar nos pequenos vasinhos que surgem, pois as marcas se escondem sob os pêlos. Os primeiros sinais das varizes são manchas nos tornozelos e sensação de peso nas pernas. Na seqüência, surgem manchas e riscos azulados ou avermelhados, acompanhados de inchaço, ardência, formigamento e dor, dependendo da gravidade do caso.

Quando esses sintomas aparecem e, dependendo da dilatação, as varizes deixam de ser só uma questão estética e se tornam também um risco à saúde, de acordo com o cirurgião vascular do Instituto H. Ellis, Walter Campos Jr.

"Com o tempo, hemácias e proteínas do sangue podem escapar pela parede dos vasos e deixar manchas. Além disso, o sangue estagnado pode coagular, causando trombose. A pessoa pode ainda vir a ter feridas e a úlcera varicosa", afirma.

Campos Jr., para quem a busca por tratamento meramente estéticos entre homens é uma realidade crescente há cerca de cinco anos, afirma que apenas o aparecimento de vasinhos pode não representar um risco à saúde. "Tem casos em que não é preciso mexer. É importante, porém, que se faça um diagnóstico médico," afirma.
Como combater as varizes

Tratamentos e cirurgias são usados com fins estéticos e de saúde
O que são as varizes

Veia doentes da superfície das pernas e dos pés que se dilatam com o tempo, ficando alongadas e tortas.

Fatores de risco:
Tendência hereditária;
Vida sedentária;
Ficar muito tempo na mesma posição;
Gravidez e uso de anticoncepcionais;
Obesidade.

Como aparecem
1.
Por defeito nas válvulas ou paredes das veias, o caminho de volta ao coração do sangue trazido pelas artérias é dificultado, inversão do fluxo;
2. O volume de sangue nas veias aumenta, fazendo com que a veia se dilate. Quando proteínas e outros fatores do sangue ultrapassam essa barreira, podem manchar a pele;
3. Em casos mais graves, o sangue estagnado pode coagular, causando trombose, edemas e feridas, entre outros problemas.

Tratamentos
Escleroterapia
Líquido que bloqueia o sangue e inflama a parede da veia, fazendo com que murche. Em geral, é injetada glicose ou espuma por microagulhas. Indicado para vasinhos.
Crioescleroterapia
Uso de líquido esclerosante à temperatura de -20ºC. Indicado para vasinhos.
Microcirurgia
Veias retiradas por pequenas incisões. Indicado para microvarizes.
Cirurgia tradicional
Por uma pequena incisão, a veia doente é "pescada" com uma agulha de crochê e retirada. Indicada para varizes de médio e grosso calibre.
Cirurgia laser endovascular.
Veia eliminada por meio de fibra ótica que transmite laser. Indicada para varizes de médio e grosso calibre.

(Fonte: Eduardo Toledo Aguiar e Walter Campos Jr. Cirurgiões)

Técnica de injeção de espuma promete resultados rápidos
A escleroterapia, técnica em que uma espuma é injetada nas varizes, foi a opção achada pelo contador Carlos Eduardo Fabrício, 42, para tratar as duas veias que haviam dilatado cerca de 8 mm e que percorriam toda a extensão de suas pernas.

Elas já podiam ser vistas desde quanto tinha 25 anos, mas chamavam pouca atenção. O aspecto piorou bastante, quando, alguns anos mais tarde, ele começou a freqüentar a academia e a fazer musculação.

"Fiquei com um corpo bom, mas pegava muito peso e isso refletia nas pernas", diz. Segundo ele, o problema é hereditário e conforme se desenvolveu, começou a causar também dores nas pernas e cansaço.

Decidiu então fazer o tratamento, e afirma que isso foi importante para sua saúde e auto-estima. "Sentia que as pessoas reparavam quando eu andava na praia. Agora estou mais à vontade para usar um shorts no futebol ou uma bermuda para sair", diz Carlos, que mora na zona sul de São Paulo.

A escleroterapia foi escolhida por ele por permitir voltar ao trabalho no dia seguinte, e não ser necessário ficar sem andar por algum tempo.

Segundo o cirurgião vascular Eduardo Toledo Aguiar, há ainda outras vantagens. "A espuma não é uma droga dolorosa, não arde e dá resultados mais rápidos. Para uma cirurgia comum, as pessoas gastam entre R$ 5.000 e R$ 10 mil. Mas, por R$ 5.000, é possível tratar as duas pernas e ainda os vasinhos com a espuma", afirma.

Outra área da cirurgia vascular, contudo, defende o uso do laser. Em uma das terapias, o laser é usado com ar congelado para secar vasinhos e microvarizes. Segundo seus defensores, a técnica é eficiente e causa menos dor. Outra opção é a cirurgia a laser endovascular, que elimina varizes por fibra ótica.

Pesquisas já contestaram a escleroterapia e o uso do laser, dizendo que podem deixar manchas. Os defensores dessas técnicas, porém, dizem que os procedimentos são seguros.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 30/03/2008)

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