O ato aparentemente inofensivo de pingar colírio nos olhos por  conta própria pode representar um risco à saúde ocular. “Muitas vezes, estes remédios não prescritos pelo oftalmologista causam novas doenças, mascaram os sintomas da real moléstia ou, ainda, não têm efeito nenhum”, explica o médico oftalmologista Virgilio Centurion, diretor-clínico do Instituto de Moléstias Oculares (IMO).

Várias dessas substâncias são adquiridas facilmente nas farmácias, apesar de  regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para venda e propaganda de medicamentos sem prescrição médica. “O fato de se poder adquirir um medicamento sem prescrição não permite o indivíduo fazer uso indevido do mesmo, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que lhe convém e na hora que achar conveniente”, alerta Centurion.

Segundo ele, sem a devida indicação médica, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. “Os colírios, por exemplo, por serem vasoconstritores, podem levar a alterações cardíacas e elevação da pressão arterial. Um colírio chega a ter quatro princípios ativos. O mais perigoso deles é o corticóide, que, quando utilizado indiscriminadamente, colabora para o desenvolvimento de doenças como a catarata e o glaucoma”, alerta o médico.

Geralmente, essas complicações ocorrem depois de alguns anos do uso freqüente da medicação por conta própria.

Uso indevido pode causar problemas

Há vários tipos de colírios, cada um com indicações específicas e riscos próprios decorrentes do mau uso. Se pingar um colírio comum com regularidade já é perigoso, usar aqueles indicados para determinadas doenças é mais temeroso ainda. “Quando uma pessoa asmática usa por conta própria um colírio para glaucoma, por exemplo, ela pode desenvolver uma crise de asma”, diz o oftalmologista, que explica que eles também podem causar sonolência e taquicardias. Entenda melhor os diferentes tipos de colírios: Lubrificantes - Possuem várias indicações e apresentam menos efeitos colaterais. “Ainda assim, é preciso orientação médica porque contêm conservantes e há o risco de provocarem  conjuntivite alérgica”, explica o médico.

Outro detalhe que quase não é levado em conta pela população é a validade do colírio, o remédio começa a ficar cheio de bactérias.

Vasoconstritores - Servem para tirar a vermelhidão dos olhos. São vendidos sem receita e estão sempre no armário do banheiro. Pingar um produto desses sem indicação, além de mascarar o verdadeiro problema, que deve ser investigado, pode acelerar o aparecimento de catarata.

Antibióticos - O uso de forma crônica e irregular pode, por exemplo, facilitar o aparecimento de mutações de bactérias que ficam resistentes, o que torna o tratamento mais difícil.

Corticóides - O mau uso por conta própria pode favorecer a formação de catarata e o aumento da pressão do olho, favorecendo o aparecimento do glaucoma, informa Centurion.

Anestésico - Outro colírio perigoso. “Quando  aparece um cisco no olho ou qualquer outra coisa, o anestésico alivia a dor. No entanto, o abuso pode levar até à perfuração da córnea”.

Pomadas - Também devem ser prescritas pelo oftalmologista. “Muitas pessoas, no afã de aliviar uma coceira ou um ardor nos olhos, aplicam pomadas antialérgicas destinadas à pele nos olhos. Atitude equivocada e perigosa que pode mascarar doenças e provocar uma alergia ocular”.
 
Para conjuntivite - Se ela é alérgica, é recomendado o colírio antialérgico; se é bacteriana, o colírio antibiótico; se é viral, pode ser indicada apenas a lágrima artificial ou um colírio antiinflamatório. Conjuntivites mal tratadas e automedicação causam a ceratite, uma inflamação na córnea.

(Fonte: Veiculado no Jornal da Orla, em 02/03/2008)

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