Caracterizada pela perda involuntária de urina, a incontinência urinária, além de incomodar, cria constrangimentos e, muitas vezes, afasta a pessoa do convívio social. O problema afeta principalmente mulheres que passaram por seguidos partos normais, mas pode aparecer também em pessoas idosas, mulheres que nunca tiveram filhos e até em homens. As causas são diversas e a boa notícia é que a medicina já tem solução para a grande maioria dos casos.

"Antigamente achava-se que a causa da incontinência por esforço estava na bexiga, mas de uma década para cá, graças ao advento da ressonância magnética, sabemos que o grande problema é a uretra, mais precisamente o ligamento pubouretral, que dá suporte à uretra", explica o médico urologista Paulo Tadeu Dip.

A perda dessa estrutura deixa os tecidos mais frouxos e provoca um rebaixamento dos órgãos e também da parede vaginal, fazendo com que a pessoa, na hora do esforço, não consiga segurar a urina, seja andando, correndo, espirrando, tossindo, rindo. Pode ocorrer pela distensão da pélvis na gravidez, esforço na hora do parto ou problemas hormonais que aparecem com a idade.

A pessoa pode também perder o controle da urina devido a alterações neuromusculares da bexiga, causadas por doenças como diabetes, Parkinson, AVC (acidente vascular cerebral), esclerose múltipla e traumas raquimedulares. No caso dos homens, as causas geralmente estão relacionadas ao pós-cirúrgico de câncer de próstata ou bexiga.

Tratamento para a mulher
A incontinência urinária é mais frequente em mulheres, principalmente a partir dos 40 anos de idade. Segundo o urologista, em mulheres que tiveram partos normais a incidência é de 30%, na cesariana de 20%, e nas que não tiveram filhos, 10%. Se o afrouxamento do assoalho pélvico for muito acentuado pode ocorrer um prolapso, que faz com que a mulher sinta como se tivesse uma bola saindo da vagina.

O primeiro passo - explica o médico - é fazer o diagnóstico através de exame físico e urodinâmica, que vai indicar o grau e tipo de incontinência. Hoje, como opção à cirurgia tradicional, a medicina dispõe de uma nova técnica com resultados mais definitivos e minimamente invasiva.

O método consiste na colocação de um suporte uretral, denominado Sling (alça em português), que, além de recuperar o suporte perdido, vai estimular a produção de uma cicatriz para reconstruir o ligamento pubouretral. A cirurgia tem duração de 20 minutos, internação de 6 a 8 horas e, por ser minimamente invasiva (as incisões são em média de 3 centímetros), o paciente pode retornar rapidamente às suas atividades diárias. Segundo o médico, há ainda a vantagem de praticamente não apresentar sintomas de dor.

O índice de cura é de 85% dos casos. Em outros 10% há uma melhora acentuada. Nos casos de prolapso, é usada uma variação desta técnica com outros tipos de suportes sintéticos. O especialista garante que não há contra-indicação, desde que a pessoa tenha condições clínicas de ser anestesiada. "Para nós, profissionais, o mais recompensador é ver a paciente recuperar sua auto-estima, se reintegrar à vida social, o que tem grande impacto na sua qualidade de vida", afirma.

Causas neurológicas
No caso de incontinência urinária neurológica causada por traumas raquimedulares e algumas doenças os tratamentos indicados envolvem reposição hormonal tópica, algumas drogas anticolinérgicas e, em casos extremos, a aplicação de botox (que quebra a hiperatividade da bexiga), repetida a cada 6 ou 12 meses.

A fisioterapia também ajuda no tratamento de incontinência por esforço, já que os exercícios fortalecem o períneo em casos de frouxidão muito grande no assoalho pélvico. "Mas só tem resultado se a pessoa continuar com os exercícios em casa", alerta o médico.

Tratamento para o homem
O problema de incontinência urinária também afeta considerável parcela de homens, principalmente após cirurgias radicais de câncer de próstata e bexiga. Para esses casos, explica Paulo Dib, foram desenvolvidos alguns Slings (alças) semelhantes ao da mulher, mas o resultado ainda está em observação. "No momento o método mais eficaz é a colocação de uma prótese artificial chamada "Esfíncter". Ela funciona como uma torneirinha na uretra, que é ativada 60 dias após ser implantada, tempo necessário para cicatrização". A cirurgia dura em torno de 2 a 3 horas e já tem cobertura de alguns planos de saúde. "Em 90% dos casos há uma grande melhora, sendo que 60% deles ficam totalmente secos", garante o especialista.

No caso do homem que está tendo descontrole de urina, tem mais de 60 anos de idade e nunca operou a próstata, Paulo Tadeu Dib recomenda primeiro tratar o órgão e passar por um exame de urodinâmica, para descobrir o que está causando o problema.

Serviço - Paulo Tadeu Dib, av. Ana Costa 258, conj. 71, tel. 32325770

(Fonte: Veiculado no Jornal da Orla, em 28/10/2007)
 
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