A carambola está presente nas lembranças de infância de muita gente. É comum ouvir relatos de pessoas que se esbaldaram comendo a fruta, rica em vitamina C, tirada do pé. Mas em Jaú, no interior de São Paulo, a venda do suco de carambola está proibida.

O motivo apontado pelo vereador que propôs o projeto, já transformado em lei, é a existência de uma neurotoxina que pode matar portadores de insuficiência renal.

Na literatura médica, existem relatos de pelo menos 18 pacientes que sofreram intoxicação neurológica, sendo que quatro chegaram a óbito. No Brasil, o primeiro caso foi registrado há cerca de 15 anos, em Ribeirão Preto, no qual a paciente, de 30 anos, só se recuperou após 80 horas de hemodiálise.

Os sintomas mais comuns são soluços irreprimíveis, vômitos, paresia (paralisia incompleta) e parestesia (sensações anormais) de membros superiores e inferiores, com perda da força muscular.

Além disso, os pacientes estudados apresentaram distúrbios da consciência em graus variados, como agitação psicomotora, confusão mental e convulsões.

O nefrologista do setor de Hemodiálise da Santa Casa da Misericórdia de Santos, Rubens Escobar Pires Lodi, explica que não há motivo para alarde. ‘‘A fruta faz mal apenas a quem tem insuficiência renal. A toxina só não é eliminada pelo organismo de pacientes com função renal menor que 40%. Neste caso, o perigo é maior para quem toma o suco da carambola, porque ele concentra maior quantidade de toxina’’.

Segundo o médico, há alguns anos, desde que foram divulgados os relatos, é recomendado aos portadores de insuficiência renal que deixem de consumir a fruta. ‘‘Se ele consome apenas uma carambola, talvez não aconteça nada, mas preferimos não arriscar’’.

A nutricionista Lilian Cuppari, professora da área de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é mais radical. ‘‘A ordem para os pacientes é que não comam nunca, especialmente quem faz diálise. Qualquer coisa feita de carambola deve ser evitada por quem tem insuficiência’’. Ela diz desconhecer qualquer outra fruta que possua essa neurotoxina.

A professora Aucirena Lopes do Nascimento, de 47 anos, afirma nunca ter sido afetada pelo consumo de carambola. ‘‘Durante minha infância inteira eu comi. Tinha dois pés no quintal de casa e nunca tivemos problemas’’.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 06/05/2008)

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