O resultado de uma experiência bem-sucedida com dois pacientes diabéticos da Baixada Santista pode ser um novo alento para os portadores da doença. Eles possuíam úlceras (feridas abertas na pele) há mais de 18 meses e, após serem submetidos a uma terapia celular, tiveram os ferimentos cicatrizados em dois a três meses.

O tratamento, inédito no Brasil, parece ter sido inspirado em algum filme de ficção científica. Um pedaço de pele é retirado da região da virilha do próprio paciente, cultivada em laboratório para que possa se multiplicar e aplicada sobre a área lesionada. O resultado obtido foi apresentado no início deste mês no Congresso Sul-americano de Dermatologia (Radla) e na Semana de Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

‘‘Os pacientes já haviam tentado diversos tipos de tratamento, entre os mais modernos, e, apesar disso, não conseguiam cura. Esse material sadio de cerca de 1 centímetro quadrado, retirado da virilha, vai para laboratório, onde é processado, purificado e, de tecido, é transformado em células. Elas são cultivadas em cultura específica, como queratinócitos e fibroblastos, e, após três ou quatro semanas, já estão prontas para serem reaplicadas no paciente, diretamente na úlcera’’, explica o dermatologista Marcelo Mattos e Dinato, coordenador da equipe de Terapia Celular do Hospital Guilherme Álvaro, que está à frente do projeto.

Segundo o especialista, enquanto o estudo sobre o tratamento está no início, deverá ser aplicado em úlceras pequenas, com até 15 centímetros quadrados. ‘‘O crescimento celular em laboratório é limitado’’. Explica, no entanto, que o tratamento não é caro. ‘‘A montagem do laboratório e toda a estrutura inicial tem um preço elevado. Mas, daí para frente, a própria pessoa fornece o material, que é a pele e o sangue. Acredito que isso possa vir a se popularizar e nem deve ser cobrado’’.

Ainda segundo o médico, acredita-se que não haja risco de rejeição do paciente para o tecido reaplicado, justamente porque ele é retirado de seu próprio organismo. ‘‘O que pode acontecer é a pessoa vacilar no tratamento, mexendo no curativo ou aplicando outros produtos sobre a área lesionada. Mas, por ser uma técnica autóloga (em que o corpo produz a própria cura), não se pensa em rejeição’’.

Quem tiver interesse em participar do tratamento pode entrar em contato com o Centro de Pesquisa Clínica do HGA, pelo telefone 3202-1392, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 13/05/2008)

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