Surgiu algum problema no condomínio? Chame o síndico, morador que deve ter jogo de cintura para enfrentar os problemas.

Entender de administração e finanças e, principalmente, saber lidar com problemas que vão desde o rompimento de uma tubulação à contratação de empregados e brigas rotineiras entre vizinhos. Estas características são fundamentais para um candidato a síndico, aquele morador que se coloca à frente nas decisões de um Condomínio. Na sexta (30), foi comemorado o Dia do Síndico.

O síndico é a pessoa eleita pelos outros condôminos e é responsável por zelar pela segurança de todos. Decisão difícil nas assembléias, pois ninguém quer o cargo. Por isso, grande parte dos edifícios fica com o mesmo síndico por longos períodos, como é o caso do aposentado João Roberto Pinto, ou melhor, Seu Maninho, como é conhecido pelos moradores do Edifício Savion, no José Menino.

Há 11 anos cumprindo essa função, Maninho lembra que quando assumiu o posto, o prédio estava em ruínas. “Desde então, venho fazendo obras e melhoramentos”, diz, orgulhoso, que neste tempo já reconstruiu toda a fachada e o maquinário dos elevadores e construiu uma academia de ginástica, sauna, salão de festas, com churrasqueira, e que acomoda mais de 400 pessoas.

“Nossas confraternizações ficam lotadas. Aqui todos se conhecem. Somos uma Família”, conta Ivonete Piccolo, moradora do prédio há sete anos. Em relação à próxima assembléia que discutirá a eleição do síndico, ela brinca: “Até hoje, só uma vez apareceu um candidato para concorrer com Maninho. Igual a ele não tem”, explica.

Com uma realidade um pouco diferente, o artista plástico Jean Louis é síndico há dois anos do Edifício Jardim Europa, no Boqueirão, condomínio que contém seis prédios e o total de 246 apartamentos. “Quando assumi o cargo, o prédio estava no vermelho e comprovamos, eu e o conselho, que ocorriam desvios de caixa com notas superfaturadas”, explica.

Assim que assumiu o cargo, Louis fez um planejamento e o prédio ganhou uma nova administração. Em apenas dois anos e meio, as mudanças que ocorreram vão desde a estrutura até o cumprimento das regras, além da queda no valor do condomínio, em 25%, e do fundo de obras, em 50%.

“É bom que eles saibam que tem um louco aqui. Assim todos respeitam as regras e não aparecem tantos problemas”, brinca o síndico, que já teve que resolver situações complicadas, como o caso do morador que agrediu a vizinha. “Quando casos como estes acontecem, o diálogo e a paciência são essenciais. A primeira medida é enviar uma carta de advertência. Se o problema continuar, é aplicada multa. E ninguém está ileso a isso”.

O advogado e presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens José Reis Moscatelli, diz que é comum comparecerem ao órgão síndicos com dúvidas de como proceder em situações onde os vizinhos se desentendem por um determinado assunto, como foi o caso de Tânia Maria Passos de Souza.

“Quando me tornei síndica, tinha uma moradora que transformou o apartamento em uma clínica de fisioterapia. Precisei de advogados, de provas e com a ajuda do sindicato, nós ganhamos a causa”, diz. Com a mudança, a conta de luz da escadaria caiu de R$60,00 para R$8,00.

“Na época, a companhia de luz veio aqui para ver o que tínhamos feito para diminuir tanto a conta. Pensaram que era algo ilegal”, brinca Tânia que tem a mesma idade do prédio: 50 anos e luta para melhorar a qualidade da edificação. “Antes eu tinha vergonha de morar no local, mas hoje está bem melhor”, conta.

(Fonte: Veiculado no Jornal Boqueirão, em 1 a 7/12/2007)






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