Dia do empregado em Condomínio

Mas sindicalista aponta excesso de terceirizações como o fator inimigo dos profissionais.

Qualificação. No dia dos empregados em Condomínio, comemorado hoje, essa é a palavra que determina o limite entre o emprego e o desemprego. Só em Santos são cerca de 8 mil profissionais e, na Baixada Santista, o cálculo está em 25 mil.

A linha tênue de qualificação já muda a realidade vivida há alguns anos, quando o desemprego começava a tomar conta do setor. A chegada dos grandes empreendimentos à região trouxe uma necessidade de mão-de-obra e o mercado expandiu-se. Nos grandes condomínios há necessidade de até 50 profissionais.

Mas de nada adianta a necessidade se a mão-de-obra não for qualificada. Para o presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens Moscatelli, há quem ainda prefira contratar empresas terceirizadas.

“Muitos zeladores não se reciclaram e, hoje em dia, lidar com tecnologias e ter noções de segurança é fundamental. Nas empresas terceirizadas isso já acontece e os síndicos têm optado por esse caminho”.

Moscatelli aponta ainda para a evolução na relação condomínio/empregado. “Se o síndico quiser dispensar o empregado, esse processo é oneroso. Na terceirização, basta levar o caso à empresa que o funcionário será substituído sem custos”.

Vínculo
Para o presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de Santos e Cubatão, Pedro Francisco de Sirqueira, é justamente a terceirização que causa desemprego no setor. Ele reconhece que os empreendimentos abriram mercado, mas reclama do excesso de terceirizações.

“O condomínio tenta fazer economia, mas pode gastar mais ainda. Qualquer funcionário terceirizado pode entrar na Justiça alegando vínculo empregatício e o condomínio fica sujeito e uma multa enorme. E essas empresas pagam menos e não recolhem FGTS. Comemoramos pelos que estão empregados, mas o setor poderia estar melhor”.

Sirqueira afirma que o próprio sindicato dá a qualificação aos zeladores. “Desde 2000 fizemos vários cursos de tecnologia e segurança. Formamos mais de 6 mil pessoas. É evidente que há uma exigência refinada dos condomínios, mas estamos deixando os profissionais prontos para atendê-las”.

Reginaldo trabalha direito
Reginaldo da Silva Campos jamais havia trabalhado em um condomínio. Mas ao tomar conhecimento da abertura de uma vaga em serviços gerais, fez uma tentativa: conseguiu.

Há um ano e quatro meses, o auxiliar de 34 anos trabalha em um grande condomínio de Santos. Em oito horas da limpeza e garante bem-estar aos moradores.

“A maioria me cumprimenta e alguns até conversam. Tenho dois filhos e, no último Natal, uma moradora deu até brinquedos para eles”.

Para o auxiliar, não há segredo para fazer o morador se tornar um amigo. “Quem faz o serviço como deve vai sempre ser reconhecido”.

Roberto: vida com estrelas
“Deixei de proteger celebridades para lidar com elas”. Roberto Cardoso dos Santos, 30 anos, não está mentindo. Depois de atuar como segurança em grandes eventos, ele conseguiu uma vaga na portaria do Residencial Jardins da Grécia. Lá, voltou a trabalhar com estrelas.

Ele está na função há dois anos. O trabalho é considerado menos estressante, mas, em nenhum momento, fácil. “Há jogadores de futebol e apresentadores que têm apartamentos aqui. Alguns já fizeram bagunça”.

Roberto diz que a portaria exige boa conversa e jogo de cintura. “Preciso saber conversar com qualquer pessoa. Há alguns que pensam que o conjunto é uma atração e querem entrar”.

(Fonte: Veiculado no Jornal Expresso Popular, em 11/02/2008)







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