Quando se fala em segurança de um modo geral, nas ruas, praças, praias e até mesmo em ambientes escolares, verificamos que, infelizmente, nosso comportamento e, consequentemente, nosso desempenho não é dos melhores.
Olhamos as coisas genéricas como meros espectadores, como se a realidade não dependesse de cada ação ou omissão nossa.
O grande obstáculo para que nosso país possa realmente ingressar no rol dos países desenvolvidos continua sendo a base familiar, que forja a personalidade de cada um, além dos complementos carreados ao longo do tempo, como é o caso da educação.
Os condomínios são formas organizadas de convivência mútua e onde se pode observar, ainda que com o auxílio de um microscópio, o embrião da sociedade.
O que temos visto nessa célula social é um organismo doente, entorpecido por diversas formas de alienação e que acabam nutrindo em todos nós, o reflexo mais perverso: a indiferença.
Com efeito, só paramos para observar alguma coisa, que em princípio não nos atinge diretamente, quando há repercussão, seja regional, seja nacional.
Apenas para lembrarmos de dois exemplos significantes do que mencionamos, destacamos a situação da síndica que mandou instituir no regulamento interno do condomínio, a proibição de ruídos ou gemidos amorosos; outro caso, mais retumbante é o massacre numa escola pública do Rio de Janeiro, onde uma pessoa estranha ao ambiente escolar matou doze estudantes.
Nos dois casos, ocorreu a repercussão nacional, inclusive no caso da síndica, a maior rede de televisão do Brasil a entrevistou num programa de grande audiência.
Os condomínios se transformaram na realidade habitacional e de negócios em grande parte do território nacional e isso é relevante no sentido da absoluta e clara necessidade de nos preparamos para essa convivência, cada vez mais próxima do outro.
Em geral, todos somos individualistas, achamos que o mundo foi feito à nossa própria imagem e semelhança, esquecemos todos os valores que, porventura, possa negar essa triste conclusão.
O momento de se estruturar como comunidade e como um país realmente desenvolvido está passando pelo meio de nossas mãos.
 Toda a sociedade deve fazer uma auto-análise e verificar quais são os pontos de equilíbrio que nos mantém unidos em torno de um objetivo comum e, ao mesmo tempo, aqueles que nos levam a entrar em conflito.
Por outro lado, passados alguns dias da tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro, notam-se comportamentos altamente demagógico, procurando distrair a população do real e efetivo problema, como por exemplo o novo plebiscito do desarmamento.
A posição dos políticos, mas propriamente, do Estado como um todo não deveria ser o de repassar a problemática à população, mas, sim, a de encontrar soluções objetivas que resolvam o problema dos grupos organizados que tem como objetivo praticar crimes, pois para estes, tanto faz a lei proibir.
O indivíduo não deve abrir mão totalmente de seu principal patrimônio, que é a propria vida. Ao contrário, deve fazer valer seu direito perante o Estado, cobrando-o com posturas e políticas públicas que tornem efetivas as punições e que as leis sejam executadas conforme a sua intenção inicial, adaptável aos novos contextos.

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