A destinação do lixo é um problema de ordem nacional. Haja vista a carência de áreas adequadas para a instalação de aterros sanitários e o impacto ambiental dos meios de descarte dos dejetos: o tempo de decomposição de uma sacola plástica é de mais de 100 anos. Por isso, organismos sociais adotaram medidas impopulares, como o fim da distribuição das sacolinhas plásticas nas redes de supermercados.

Além dos aspectos públicos, há os efeitos sociais. Em muitos edifícios da região, especialmente naqueles construídos antes da década de 90, ainda é comum a existência dos chamados coletores coletivos de lixo. Nestes equipamentos, o morador simplesmente deposita numa gaveta o resíduo que, por sua vez, é lançado diretamente numa lixeira a céu aberto ou coberta no interior de um cômodo, especialmente construído para este fim.

As consequências dos coletores coletivos são danosas, não apenas ao meio ambiente, pela proliferação de focos de diversas doenças decorrentes das chamadas pragas urbanas (insetos, ratos, entre outros), como aos moradores, por expor essas pessoas à experiência, nada agradável, do contato com os dejetos no ato do descarte para a coleta urbana.

Quem não vive essa experiência pode ficar assombrado e até indignado com a forma de se livrar daquilo que não nos é mais útil: o lixo. Contudo, não podemos esquecer que a cultura de proteção da dignidade humana e do respeito ao meio ambiente começou a ganhar força mundial na década de 80, época aquém da era dos computadores pessoais ou mesmo a internet.

Nesses condomínios mais antigos, construídos dentro de outra realidade social e jurídica, os atuais moradores convivem com um verdadeiro paradoxo. No discurso, todos são favoráveis tanto à dignidade humana, como à proteção do meio ambiente. Porém, a prática muitas vezes é completamente diferente do discurso, o que causa muitos conflitos.

Em muitos casos, síndicos de boa vontade e preocupados com os valores mencionados, têm a iniciativa de aplicar ideias que, ao invés de harmonizar uma situação, causam mais transtorno. Essas medidas são adotadas, na maioria dos casos, por desconhecimento ou pressa de resolver o problema.

No entanto, cada morador, seja ele proprietário ou não, tem seu próprio conceito de viver em comunidade. E o síndico deve lançar mão de várias estratégias de convencimento para implantar esse tipo de iniciativa.

No geral, é preciso fomentar a conscientização geral de que a destinação do lixo também é responsabilidade de quem o produz, ou seja, dos condôminos e, por sua vez, do condomínio. Vale lembrar que em Santos, de acordo com o Código Municipal de Posturas, quem for flagrado jogando lixo em via pública estará sujeito a multa de R$ 500,00. Quando detectadas as situações indevidas, a equipe de educação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) faz ação específica na área.

O melhor modo de enfrentar a situação é ouvir os condôminos e promover as mudanças que se fizerem necessárias atendendo os interesses de todos e, principalmente, observando a legislação aplicável.

O Sicon – Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista – oferece serviços de assessoria condominial. Para utilizá-los, basta o síndico ou o condômino marcar uma consulta com antecedência. Visite o nosso site e fique por dentro dos mecanismos para viver bem em condomínio.

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