Na vida condominial tem sido constantes as reclamações no sentido da falta de clareza quanto as despesas condominiais. Alguns afirmam veementemente, que os gastos condominiais devem ser amparados por pelo menos três orçamentos, a fim de que seja escolhido o de menor custo final, como se essa fosse a única e mais eficiente forma de redução de gastos no edifício.

Acreditamos que o problema e sua solução devem merecer maior aprofundamento na analise, pois nem sempre o "mais barato" é o melhor, seja no âmbito da contratação de mão de obra, assim como na aquisição de materiais.

O síndico, assim como a própria comunidade condominial tem instrumentos que, se forem adequadamente utilizados, produzem um efeito mais palpável e eficiente quanto a qualidade dos serviços e do seu custo.

Tudo começa com o diagnóstico das necessidades do condomínio. Essa análise não pode e nem deve ser superficial, ou com o olhar exclusivamente na estética (embelezamento é importante, mas não é o fundamental).

Além de diversas normas legais no âmbito municipal, estadual e até federal, no que se refere às manutenções obrigatórias, o síndico e demais condôminos devem atentar para as questões de segurança da edificação (sua solidez especialmente), bem como os equipamentos que devem atender às funcionalidades para as quais foram produzidas, observar as garantias de produtos e serviços é também necessário.

Contudo, infelizmente, nosso povo tradicionalmente não observa a questão da prevenção como um olhar de prioridade, prefere-se deixar quebrar para que se conserte.

Uma ferramenta imprescindível e mal utilizada também é a previsão orçamentária, que apesar de obrigatória por lei. Muitas vezes, por ser mal compreendida, é relegada a último plano e, às vezes, sequer é elaborada.

Para que o condomínio possa realmente gastar mais eficientemente aquilo que arrecada, deve contar com a participação qualificada de todos. Cada condômino não é apenas um pagante, mas também é responsável pela qualificação desses gastos e, via de consequencia, da gestão condominial encabeçada pelo síndico.

Conclamamos, portanto, que todos condôminos passem a ser atuantes em seus edifícios, seja lá qual for a destinação da unidade autônoma (moradia, serviços, ou mista), pois só qualificando e conhecendo que se pode melhorar. (Rubens Moscatelli, presidente do SICON - Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista).

Compartilhe