Um assunto recorrente nas conversas familiares, ou em discussões no âmbito técnico diz respeito ao motivo pelo qual o valor da cota condominial parece que sempre está a aumentar, enquanto que em muitos casos não se percebe a razão desse fato, ou o diagnóstico é focado num ponto, que não representa necessariamente a verdade.

Nesses estudos e debates o primeiro ponto que sempre salta aos olhos e que incomoda muitos se trata do impacto da folha de pagamento no custeio geral do condomínio. Alguns, entretanto, destacam que além desse aspecto há a questão de que o condomínio, embora não se trata de um empregador que exija produção, ou que tenha como objetivo o lucro, possui uma incidência de obrigações tal e qual uma empresa de médio porte.

Acreditamos, entretanto, que além dessas importantes questões, existem outros fatores que devemos passar a observar, a fim de que se possa compreender o problema e, eventualmente, conseguir não apenas abaixar o custo final do condomínio, com redução do valor da cota condominial, mas principalmente, a otimização dos gastos efetuados.

A grande verdade, seja nos condomínios "novos", recentemente edificados, como naqueles "antigos" é que os seus condôminos não têm a noção exata da necessidade de manutenção e de conservação desse seu patrimônio.

Muitos se enganam ao apontar a responsabilidade do custo ao sindico com exclusividade, ou a folha de pagamento em particular, especialmente pelo fato de que, no primeiro caso, o síndico não assumiu aquela função apenas por sua vontade, porquanto para assumir isso teve que ser escolhido em assembleia, no segundo caso, a discussão leva em conta também o chamado custo-benefício, onde a avaliação em muitos casos é de que a remuneração do trabalhador em condomínio seria superior à qualidade da prestação dos serviços.

Ocorre, entretanto, que muitos condôminos tem uma postura antagônica com relação aos seus condomínios e ao próprio emprego ou função que exercem nas suas vidas fora do edifício. Com efeito, há condôminos empresários que não compreendem que o condomínio é um centro de custos e despesas, totalmente voltado para a finalidade de conservação e manutenção do patrimônio comum.

As coisas acabam se confundindo porque os condôminos não sabem assumir seu papel de empregador e, ora concedem demais, ora querem excluir direitos dos trabalhadores, ao seu bel prazer.

O mesmo pode ser dito quanto à manutenção, pois nesse caso, as obras estruturais ou que não sejam notadas pelo simples olhar, são consideradas como irrelevantes, ou como fonte de despesas descabidas ou desnecessárias.

Uma das formas de acabar com esses problemas e entender o processo de custo do condomínio são a participação efetiva nas assembleias, ou seja, não apenas comparecer a esses encontros, mas questionar, perguntar, procurar soluções legais e administrativas que tornem as informações e, consequentemente, os custos, mais adequados e transparentes a todos.

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