Todo e qualquer síndico ao assumir seu mandato é surpreendido com a dimensão de suas atribuições e responsabilidades.

Muitos, quando se dão conta da tarefa, pensam em recuar e até renunciar ao mandato recentemente conquistado em assembleia geral regularmente convocada.

Infelizmente isso ocorre inúmeras vezes. A explicação principal desse fenômeno é, justamente,  a falta de preparação para concluírem-se os objetivos, além do desconhecimento da missão de ser síndico.

Durante muitos anos a função de síndico era vista pela sociedade como um abnegado, alguém que voluntariamente emprestava seu tempo e se dedicava ao bem da coletividade, onde o principal motivo era a colaboração honrosa que poderiam proporcionar aos demais condôminos.

Na atualidade, entretanto, a grande parte das relações humanas foram monetizadas, ou seja, alguém só faz algo por outro se existir, em princípio algo vantajoso de maneira concreta.

Não se quer dizer que todos são desse jeito, afinal há muitas exceções.

Contudo, em razão desse tipo de pensamento e de ação, as relações humanas tem piorado cada vez mais.  Dirão alguns que está ausente a empatia, que nos leva a nos colocarmos no papel do próximo.
Na gestão condominial, isso pode ser diferente.

Sim é possível!

A maior parte das pessoas tem o prejulgamento de que reuniões no condomínio são tediosas e que não são aptas a solucionar desde os pequenos conflitos até aqueles mais complexos.

Talvez isso decorra da formalidade a que somos submetidos no processo decisório em um condomínio. A lei trata do ato da assembléia geral, assim também dos diversos quoruns pelos quais os condôminos poderão validamente decidir sobre determinados temas.

Para tentar acabar com as ausências ou as celeumas que ocorrem em uma assembleia o síndico pode organizar reuniões periódicas a fim de tratar assuntos pertinentes e, através do diálogo onde todos terão direito a se manifestar livremente, sem os formalismos de uma assembleia geral, expressar seus pontos de vista.
Com esse meio de comunicação os resultados são surpreendentes, pois não se pode negar: temos apenas uma boca, mas somos providos de dois ouvidos.

Rubens Moscatelli, advogado, 

Presidente do Sicon

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