Quem nunca foi surpreendido pelos famosos ‘choquinhos’ muito corriqueiros na rotina dos cidadãos? Vale lembrar que dependendo da proporção e lesão ele pode ser fatal.

Alessandro Oliveira Portilho, técnico de segurança do trabalho da CPFL Energia, faz um breve relato acerca dos principais tópicos pertinentes ao assunto em destaque e salienta algumas recomendações técnicas para evitar o ‘incidente’.



Alessandro Oliveira Portilho, técnico de 
segurança do trabalho da CPFL Energia

Definição do significado...

É o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. As manifestações, dependendo das condições e intensidade da corrente, podem ser desde a sensação de ‘formigamento’ pela superfície da pele, até uma violenta contração muscular que pode provocar a morte.

A condição básica para se levar um choque de origem elétrica é estar submetido a uma diferença de potencial (d.d.p.) suficiente para fazer circular uma corrente que provoque efeitos no organismo.

O corpo humano, não só pela natureza de seus tecidos como pela grande quantidade de água que contém, exerce comportamento semelhante a um condutor elétrico, ou seja, conduz corrente elétrica.

Bem como todo elemento condutor, o corpo humano também apresenta valores de resistência elétrica – R (resistência ôhmica). Essa resistência do corpo humano varia de pessoa a pessoa, dependendo dos seguintes fatores: área de contato, pressão de contato, resistência da pele e umidade da pele.

A resistência elétrica depende inclusive da trajetória da corrente elétrica pelo corpo humano, de modo: mão/mão, mão/pé, tórax/pé e pé/pé.

No momento do choque, a resistência total (R), aquela determinada pelas características da pessoa, pelas condições de contato e pelo trajeto da corrente pelo corpo, varia continuamente, dificultando o cálculo mais preciso do seu valor.

Pontos salientes...
Vejamos alguns exemplos:
Quanto maior a tensão (U), maior será a intensidade da corrente (I) que circula pelo corpo;
Quanto menor a resistência (R) do corpo e dos pontos de contato, maior será a intensidade da corrente (I) que circula pelo corpo;
Quanto mais intensa a corrente elétrica (I) mais graves serão os efeitos fisiológicos.

Os efeitos do choque elétrico no corpo humano variam e dependem principalmente dos respectivos fatores:
Intensidade da corrente – quanto maior for a intensidade da corrente que percorrer o corpo, pior será o efeito sobre o mesmo. As correntes elétricas de baixa intensidade provocam a contração muscular, situação em que a vítima muitas vezes não consegue se desprender do objeto energizado;

Freqüência – as correntes elétricas de alta freqüência são menos perigosas ao organismo humano do que as de baixa freqüência;

Tempo de duração – quanto maior for o tempo de exposição à corrente elétrica, maior será seu efeito danoso no organismo;

Natureza da corrente – o corpo humano é mais sensível à corrente alternada de freqüência industrial (50/60 Hz) do que a corrente contínua;

Condições orgânicas do indivíduo – os efeitos do choque elétrico variam de pessoa a pessoa e dependem principalmente das condições orgânicas da vítima. Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, mentais, deficiência alimentar estão mais propensas a sofrer com maior intensidade os efeitos do choque elétrico. Os idosos submetidos a uma intensidade de choque elétrico relativamente fraca, podem sofrer sérias conseqüências;

Resistência do corpo –
também a resistência ôhmica do corpo varia de indivíduo para indivíduo. A epiderme seca tem uma resistividade que depende do seu estado de endurecimento (calosidade). Esta é maior na ponta dos dedos do que na palma da mão e maior nesta do que no braço. A pele molhada diminui a resistência de contato, permitindo assim a passagem de maior intensidade de corrente elétrica;

Percurso da corrente – os efeitos fisiológicos da corrente elétrica dependerão em parte do percurso por onde ela passa no corpo humano. Na sua passagem poderá atingir centros e órgãos de importância vital, como o coração e os pulmões.

Conforme a intensidade do choque, as queimaduras resultantes poderão ser:
1° Grau – quando atinge a camada mais superficial da pele, causando ferimentos leves, vermelhidão e ardor;
2° Grau – comprometendo a superfície e a camada intermediária da pele (epiderme e derme), provocando bolhas e dor intensa;
3° Grau – quando ocorre lesão da epiderme, derme e de tecidos profundos (músculos, nervos, vasos, etc). A pele fica carbonizada ou esbranquiçada e há ausência de dor.

Sintomas do choque elétrico...
- Contrações musculares;
- Tetanização dos músculos;
- Aquecimento do músculo, órgão e sangue;
- Queimaduras dos ossos, músculos, órgãos, pele, etc;
- Parada respiratória;
- Parada cardíaca;
- Problemas mentais;
- Perdas de memória;
- Prolapso em órgãos ou músculos;
- Problemas renais;
- Retensão sanguínea.

Dicas para evitar o choque elétrico:
Na rua 
Fique longo dos fios e equipamentos da rede elétrica;
Não entre nas áreas das estações de distribuição ou nas torres de transmissão;
No caso de fio partido, chame imediatamente a CPFL pelo telefone de emergência 0800 – 010 – 2570;
Comunique a CPFL, quando galhos de árvores estiverem atingindo a rede elétrica;
Não desça do carro se um fio partido cair sobre ele.

Segurança no lar
Nunca mexa na parte interna das tomadas;
Nunca deixe as crianças brincarem com as tomadas;
Ao trocar lâmpadas, toque somente na extremidade do suporte (de porcelana ou plástico) e no vidro da lâmpada elétrica;
Se possível, desligue a chave geral antes de fazer a troca. Nunca toque em aparelhos elétricos quando estiver com as mãos ou o corpo úmidos;
Não mude a chave de temperatura (inverno – verão) do chuveiro elétrico com o corpo molhado e o chuveiro ligado;
Instale o fio de terra em chuveiros e torneiras elétricas.

Instalações elétricas 
Não ligue mais de um aparelho elétrico na mesma tomada. Se a corrente elétrica está acima do que a fiação suporta, ocorre um superaquecimento dos fios. Aí pode começar o incêndio;
Não utilize fios elétricos descascados ou estragados. Quando encostam um no outro, provocam curtos-circuitos e faíscas, que podem ocasionar um incêndio. De tempos em tempos, faça uma revisão nos fios dos aparelhos elétricos e na instalação elétrica da sua casa;
Se algum aparelho elétrico ou tomada apresentar defeito, não pense duas vezes para mandar consertá-los;
Não faça ligações provisórias;
A fiação deve estar sempre embutida em conduítes;
Os quadros de distribuição devem ter disjuntores. Se os dispositivos de proteção ainda forem do tipo chave-faca, com fusíveis cartucho ou rolha, substitua-os por disjuntores.

Empinar papagaios ou pipas
A maioria das crianças adora empinar pipas, também chamadas papagaios ou pandorgas. No entanto, essa brincadeira pode gerar agravantes desagradáveis caso não seja observada uma regra básica que diz: Não empine pipas em locais onde haja cabos elétricos aéreos.

Antenas
Não conserte antenas ou aparelhos elétricos de forma improvisada, sem o referido conhecimento técnico.

Considerações finais...
“Deve-se considerar que todo choque elétrico é perigoso. Ele não faz barulho, não tem cheiro, não tem cor e não se vê”, acrescenta Alessandro.

Para refletir...
“O sábio antevê o perigo e protege-se, mas os imprudentes passam e sofrem as conseqüências”, conforme Provérbios: 2:2, 3 , finaliza o técnico.

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