Edison Vicente Silvino, coordenador de engenharia de segurança da Prefeitura Municipal de Santos, faz uma abordagem sobre o tema em destaque.

Medidas cautelares para a instalação de pára-raios...
O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) é uma exigência de segurança para proteção das edificações em geral contra os efeitos das descargas atmosféricas: os raios. São condições imprevistas causadas por fenômenos da natureza, os quais não podem ser controlados e sim atenuados nos seus efeitos destruidores através de um sistema de captação e descarga para a terra, dispersando rapidamente as altíssimas voltagens causadas pelos raios.

O SPDA constitui-se num conjunto de equipamentos adequados e dimensionados para cada edificação, conforme suas características de ocupação. Ele é composto por um elemento captor, no ponto mais alto do edifício, uma haste metálica para condução e fixação dos cabos de cobre, um conjunto dimensionado de anéis de descida fixados na lateral das edificações e um sistema metálico enterrado no solo para neutralização da corrente que desce pelos cabos de cobre.

Este Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas não pode ser improvisado por leigos através das famosas ‘GTs’, ou seja, gambiarras tecnológicas, pois o mesmo está regulamentado pela NBR 5419/05, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A inspeção no sistema deverá ser realizada a cada 3 anos, exigindo-se sempre um atestado/declaração de conformidade, indispensavelmente emitido por uma empresa idônea e credenciada com profissionais devidamente registrados no CREA. Além disso, cabe a solicitação inclusive de um Atestado de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional habilitado.

Características do raio como um fenômeno da natureza...
Para possibilitar a prevenção de falsas expectativas acerca do sistema de proteção, registramos os seguintes esclarecimentos:
- A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas (intensidade de corrente, tempo de duração e trajeto), como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações;

- Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a ‘queda’ de uma descarga em determinada região. Não existe ‘atração’ a longas distâncias, sendo os sistemas de proteção prioritariamente receptores. Assim sendo, as soluções atualmente adotadas buscam tão somente minimizar os efeitos destruidores a partir da escolha e colocação de pontos preferenciais de captação e condução segura da descarga para a terra;

- A implantação e manutenção de sistemas de proteção aqui denominados SPDA é normalizada internacionalmente pela International Eletrotecnical Comission - IEC e em cada País por entidades tais como a ABNT no Brasil;

- Somente os projetos elaborados com base nestas normas podem assegurar uma instalação eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca atingirá 100%, portanto as instalações são sujeitas a falha estrutural e de proteção. As mais comuns são a destruição de pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios, quinas ou de trechos dos telhados;

- Não é função de um SPDA proteger equipamentos eletro-eletrônicos tais como comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas, subestações, dentre outros.  Afinal de contas, mesmo uma descarga atmosférica captada e conduzida a terra com segurança pode produzir forte interferência eletromagnética, capaz de danificar estes equipamentos. Para sua proteção deverá ser contratado um projeto adicional específico para a instalação de supressores de surtos individuais - protetores de linhas;

- Os SDPA implantados de acordo com a NBR 5419/2005 – considerada padrão, visam a proteção das edificações contras as descargas que a atinjam de forma direta. É essencial e mandatório que após a instalação haja uma manutenção periódica anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema e são também recomendadas vistorias preventivas após reformas que possam alterar o SPDA e toda vez que a edificação for atingida por descarga direta.


Edison Vicente Silvino, coordenador de 
engenharia de segurança da PMS

Pontuando o fenômeno das descargas atmosféricas: raios...
Os raios são produzidos por nuvens do tipo cumulus-nimbus, se formam naturalmente por um complexo processo interno de atrito entre partículas carregadas. À medida que o mecanismo de auto produção de cargas elétricas vai aumentando, dá-se origem a uma onda elétrica que parte da base da nuvem em direção ao solo, buscando sempre locais de menor potencial, ficando sujeita a variáveis atmosféricas, tais como pressão, temperatura do ar, dentre outras. Dessa forma, se define uma trajetória ramificada e aleatória.

Esta primeira onda caracteriza o choque líder (chamado de condutor por passos) que define sua rápida posição de queda entre 20 e 100 metros do solo. A partir deste primeiro estágio o primeiro choque do raio deixa um canal ionizado (condutor de eletricidade a enormes voltagens) entre a nuvem e o solo, o qual permitirá a passagem de uma sequência de carga com corrente de pico em torno de 20 KA.

Após esse segundo choque violento de cargas passando pelo ar, provoca-se o aquecimento deste meio condutor até aproximadamente 30.000° C, ocasionando a expansão do ar com ruído característico – o trovão. Nesse processo os elétrons retirados das moléculas de ar retornam, fazendo com que a energia absorvida pelos mesmos na emissão, seja devolvida sob a forma de luz (relâmpago). Na maioria dos casos este mecanismo se repete diversas vezes no mesmo raio.

Procedimentos para a execução de proteção individualizada mediante a ocorrência de raios...
Os raios podem ser muito perigosos. A altíssima corrente do raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através do aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. A extensão dos danos depende da intensidade da corrente, as partes do corpo afetadas, as condições físicas das pessoas e as específicas do ambiente.

Para evitar os acidentes descritos, as regras de proteção pessoal descritas abaixo devem ser seguidas:
- Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos respectivos locais:
a)automóveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
b)moradias ou prédios, que possuam pára-raios;
c)abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis;
d)construções com estruturas metálicas;
e) barcos ou navios metálicos fechados.

- Se estiver dentro de casa, evite:
a)usar telefone a não ser que seja sem fio ou celular;
b)ficar próximo de redes elétricas, janelas e portas metálicas não aterradas;
c)manusear  equipamentos elétricos ligados à rede elétrica.

- Se estiver na rua, evite:
a)segurar objetos metálicos longos, como por exemplo: varas de pesca, tripés e canos;
b)empinar pipas e aeromodelos sem fio;
c)nadar ;
d)ficar em grupos em áreas desprotegidas;
e)ficar debaixo de árvores.

Dicas complementares...
Evite ainda os seguintes lugares: pequenas construções não protegidas como celeiros, tendas ou barracos;
Veículos sem capota como tratores, motocicletas ou bicicletas;
Estacionar perto de árvores ou linhas de energia elétrica;
Topos de morros ou cordilheiras, bem como topos de prédios, áreas abertas (campo de futebol ou praias);
Estacionamentos abertos;
Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas férreas e trilhos;
Proximidade de árvores em campo aberto;
Estruturas altas como torres de transmissão, linhas telefônicas e de energia elétrica.












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