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Leia maisEnergia – Gaseificador que reaproveita biomassa dispensa diesel de petróleo
Dentro de duas semanas, um equipamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB) e do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), começará a fazer parte da rotina dessas localidades. Ele promete transformar qualquer tipo de resíduo vegetal, de caroços de açaí a casca de arroz, em energia elétrica.
A máquina, um gaseificador, queima e transforma em gás a biomassa, uma tecnologia muito utilizada em países como a Índia. O gás movimenta um motor que gera eletricidade. Só é preciso óleo diesel para dar partida na engrenagem - que passa a funcionar apenas com o produto da queima da matéria orgânica. No futuro, a idéia é dispensar o diesel de petróleo e utilizar óleo vegetal (biodiesel).
Sustentável
O primeiro desses equipamentos começa a ser distribuído no próximo dia 6 em áreas isoladas de todo o País, por meio do Programa Luz para Todos, que visa levar energia elétrica para a população do meio rural.
A primeira delas é a cidade de Correntina, a quase mil quilômetros de Salvador, onde funciona uma base da UNB, na Fazenda Corrente. Nessa primeira fase, o objetivo é fazer com que a população local aprenda a manuseá-la. Dali irá para Puçazeiro, com cerca de 100 habitantes, a maioria pequenos agricultores.
“A tecnologia é simples e facilmente manuseada. Além disso, poderá iluminar casas, escolas e outras unidades de uma forma sustentável”, afirma um dos coordenadores do projeto, Armando Caldeira.
De acordo com o doutorando em Desenvolvimento Sustentável do CDS, Cláudio Frate, o gaseificador pode gerar até 20 KW/h, suficiente para abastecer 80 famílias com cinco pessoas cada, no padrão do Programa Luz para Todos (com renda inferior a três salários mínimos).
Apodrecer
Frate explica que a tecnologia traz benefícios tanto econômicos como socioambientais. Isso porque ela aproveita os resíduos que seriam lançados na natureza e promove a inclusão social ao manter as pessoas trabalhando na agricultura familiar. Além disso, não provoca tanto impacto ambiental como as fontes convencionais de energia elétrica, a exemplo das hidroelétricas e termoelétricas.
“A energia gerada por essa tecnologia depende do plantio das culturas, que, por sua vez, seqüestram novamente o carbono emitido pela queima no gaseificador. No final, o balanço é positivo”, garante o doutorando.
Segundo Laura Porto, diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, o equipamento permite a preservação do meio ambiente, além de utilizar recursos que iriam apodrecer. Nessa expansão dos serviços de energia elétrica, a idéia é justamente aproveitar o potencial energético das comunidades”.
Energias alternativas vão atender a 10% do consumo
As fontes de energias alternativas vão responder por 10% do consumo brasileiro em menos de uma década. A previsão é da coordenadora do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia, Laura Porto, do Ministério de Minas e Energia.
Atualmente, essas energias representam 3,5% da matriz de consumo elétrico nacional. Fazem parte do Proinfa a energia eólica (dos ventos), de biomassa (bagaço de cana-de-açúcar queimado em caldeiras, por exemplo) e de pequenas centrais hidrelétricas (conhecidas como PCHs).
Embora as fontes alternativas ainda sejam mais caras que as tradicionais (a eólica custa R$220 o megawatt, contra R$140 da energia hidrelétrica nova), a coordenadora do Proinfa garante que a tendência é baixar o preço.
“Se o País realmente investir em uma política industrial, numa capacitação e formar escala, há tendência muito grande para redução dos custos, como já está acontecendo no mundo. Há dez anos, o custo da energia eólica era de R$400 por megawatt”, diz.
Segundo a coordenadora do programa, já estão sendo operados comercialmente e mais 820 megawatts, sendo 420 megawatts de biomassa, 208 megawatts de eólica e 192 de PCHs.
“Já temos 30 empreendimentos operando comercialmente e mais 52 em construção, que agregarão mais 1 mil megawatts, o que significa dizer que em breve teremos cerca de 1,8 mil megawatts disponíveis, ou mais de 50% da meta, que é chegar a 3,3 mil megawatts até 2008”, afirma Laura porto.
De acordo com a diretora do MME, só em potencial eólico o País tem 143 gigawatts, o que seria quase como dez usinas hidrelétricas de Itaipu. Mas ela reconhece que esse número, baseado em dados do Atlas Eólico Brasileiro, é apenas teórico. “Na prática, hoje é possível explorar 15 mil megawatts”.
Segundo Laura Porto, entre os países europeus, a fonte eólica já é utilizada há muitos anos, com destaque para a Dinamarca, que extrai dos ventos 20% de toda energia consumida.
Já os painéis fotovoltaicos (que transformam luz do sol em energia elétrica), dentro do Programa Luz para Todos, já chegam a 10 mil pontos de consumo.
Atualmente, o maior entrave para o uso dos painéis solares é o custo, entre R$2 mil e R$3 mil, o que poderia ser superado com linhas de crédito a juros baixos do sistema público financeiro. Apesar de o Brasil dispor de uma insolação privilegiada, o País usa muito pouco esta capacidade, ao contrário de outros países do mundo, com bem menos dias de sol, que utilizam maciçamente a energia solar.
(Fonte: Agência Brasil – Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 25/06/2007)
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