Biocombustíveis – Nova fonte de álcool produz o dobro do que a cana no mesmo espaço.

Dentro de dois a três anos, o Brasil poderá começar a produzir álcool combustível a partir de mandioca. A tecnologia, única no mundo, foi desenvolvida na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a partir da criação de uma nova variedade da planta.



Para se ter uma idéia do potencial, atualmente, cada hectare de cana-de-açúcar rende, no máximo, de 7 a 8 metros cúbicos de álcool. Na mesma área, a mandioca tradicional possibilita extrair de 6 a 7 metros cúbicos. Já com a nova variedade de mandioca, a produção chega a 15 metros cúbicos de etanol por hectare.



O novo tipo de mandioca foi desenvolvido pelo pesquisador Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.



Problema e Solução
Atualmente, três usinas em São Paulo já utilizam a mandioca tradicional para produzir biocombustível. Entretanto, o custo final do processo é maior do que o do álcool de cana.



Isto porque, para se obter álcool da mandioca padrão, é preciso recorrer a um processo caro e de difícil manuseio. Ele consiste no emprego de enzimas que irão separar a glicose (açúcar) do amido.



Porém, segundo explica o pesquisador, nem todas as enzimas fazem essa separação. Na verdade, apenas duas variedades são indicadas para o processo. Produzir essas enzimas localmente, ou mesmo importá-las, encarece o sistema, tornando o álcool de mandioca mais caro do que o de cana.



Para resolver o problema, Luiz Joaquim desenvolveu uma variedade de mandioca que já contém, em suas raízes, as enzimas necessárias para a separação da glicose. “Com isso, duplicamos o volume de álcool se comparado com a cana, por um custo mais baixo”, afirma.



Chineses de olho
O novo método é tão promissor que já atraiu a atenção de outros países. Na próxima semana, uma delegação chinesa estará no Brasil para aprender a técnica e tentar aprimorá-la.



Segundo o bioquímico Luiz Joaquim, a idéia não é substituir o álcool de cana pela mandioca.



“O que a nova mandioca oferece é a possibilidade de se ocupar áreas onde a cana não se desenvolve bem, como o Sul do País ou o norte da Amazônia. Nessas e em outras localidades, a mandioca pode ser a principal fonte de biocombustíveis”, explica.



O pesquisador estima que a produção possa começar dentro de dois a três anos. Enquanto isso, a mandioca tradicional também está sendo reinventada, podendo, em breve, ajudar na limpeza de áreas contaminadas por derrames de petróleo.



O que é
Mandioca, de nome científico Manihot Esculenta, é um arbusto que, segundo as pesquisas do agrônomo Nagib Nassar, teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar, até o México. No Brasil, possui muitos sinônimos, usados em diferentes regiões, tais como aipi, aipim, aimpim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, macaxera, mandioca-brava (variedade venenosa da espécie), mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi, xagala. Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do Sol). Algumas regiões usam o nome aipim ou macaxeira para designar a mandioca-doce. As variações não se restringem apenas a quantidade de ácido cianídrico, variam também as cores das partes de folhas, caules e raiz, bem como sua forma.



(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 03/12/2007)

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