Meio ambiente – Uma nova habitação está nascendo com criatividade, tecnologia e sustentabilidade.

Há um velho ditado que diz que a necessidade é a mãe das invenções. Nestes tempos de crescente preocupação com a qualidade ambiental do Planeta, a busca por fontes menos poluentes de energia está fazendo surgir uma grande e curiosa gama de produtos – onde até as fezes dos animais de estimação servem para gerar eletricidade.



Na Califórnia (EUA), por exemplo, um estudo indicou que a cada ano os cães e gatos geram quase sete toneladas de detritos – correspondentes a 4% do total de lixo doméstico da cidade.



Com esse material, a empresa Norcal, responsável pelo tratamento do lixo californiano, pretende gerar gás e adubo.



Menos poluição
O processo é simples e a tecnologia bem conhecida. Em um biodigestor anaeróbio, os dejetos dos animais domésticos entram em decomposição com a ajuda de bactérias, que por sua vez geram biogás.



O sistema funciona com qualquer lixo de origem orgânica, tais como poda de árvores ou restos de alimentos.



No Guarujá, a Sociedade Amigos da Praia de Pernambuco, em parceria com a Prefeitura, transforma parte da poda de árvores e jardins em adubo isento de substâncias químicas – cuja fabricação industrial consome grande quantidade de recursos naturais e é altamente poluente.



Nesse caso, o método usado é a compostagem, cujo único inconveniente é que em alguns casos pode provocar mau cheiro e atrair moscas. Por isso, costuma ser feita em áreas abertas, não muito próximas a residências.



Como funciona
1. Excrementos animais e restos de alimentos são misturados com água no alimentador do biodigestor;
2. Dentro do biodigestor, a ação das bactérias decompõe o lixo, transformando-o em gás metano e adubo;
3. O gás metano pode ser encanado para alimentar um gerador ou aquecedor;
4. As sobras servem como fertilizante.



Em casa
Mas, agora, uma empresa norte-americana desenvolveu um processo similar que pode ser instalado dentro da sua cozinha – sem nenhum odor desagradável, garante o fabricante.



Batizado de “NatureMill”, ele custa cerca de US$300 e funciona como uma lixeira de restos orgânicos, sendo capaz de processar dois quilos de resíduos por dia (incluindo restos de carne, peixe e frango), que são transformados em adubo ou fertilizantes naturais.



Hoje, estima-se que os resíduos orgânicos são responsáveis por 70% do peso ou 30% do volume de lixo gerado em uma cidade como Santos.



Reaproveitar esse material seja para fazer adubo ou gerar gás é sinônimo de economia de impostos: diminui o transporte de lixo (menos poluição atmosférica) e a necessidade de se criar e manter áreas como o Aterro do Sítio das neves (que entrou em operação em 2003 e tem vida útil estimada em 20 anos).



Tecnologias transformam residências em miniusinas
Já pensou em transformar a sua casa ou edifício em uma miniusina de força. Pois isso já é possível. É o caso, por exemplo, do ‘FuelPod2’. Por cerca de R$9 mil, ele permite com que você transforme até 50 litros dia de óleo de cozinha usado em biodiesel.



Com 60 centímetros de diâmetro e quase 1,5 metro de altura, ele pode ser guardado facilmente em uma garagem. Sua operação se dá por meio de um compressor e a venda ainda está restrita ao Reino Unido.



Curiosamente, se a tecnologia por detrás do ‘FuelPod2’ é inglesa, o processo de transformação do óleo usado biocombustível é genuinamente brasileira – chama-se transesterificação e foi criada no início da década de 1970 pelo pesquisador cearense Expedito Parente.



Desenvolvido originalmente para a produção do chamado biodiesel de oleaginosas (dendê, soja, babaçu,canola, milho, etc), ele não atraiu a atenção do governo brasileiro. A patente internacional expirou em meados dos anos 90 e países como a Alemanha logo adotaram a técnica.



Caseiro
Hoje, sistemas como ‘FuelPod2’ são uma febre nos EUA, onde o biodiesel vem propiciando a criação de inúmeros sistemas caseiros. Na Califórnia (Estado que mais investe nas chamadas energias alternativas), um grupo de pesquisadores criou ‘Biogas Energy Project’ que transforma matéria orgânica em gás para fogões ou veículos.



A inspiração veio do filme De volta para o Futuro, onde o cientista maluco Dr. Brow aparecia jogando cascas de banana e outros detritos no tanque de um carro voador.



Na vida real, o automóvel foi substituído por uma central que coleta o lixo orgânico e o transforma em gás. O protótipo já consegue abastecer dez casas de grande porte a partir de oito toneladas semanais de restos de comida de restaurantes localizados em São Francisco.



O próximo passo dos pesquisadores é criar miniusinas domiciliares. Dessa forma, o que hoje vai do prato para o lixo poderá até se transformar em hidrogênio veicular – aí sim, o carro do Dr. Brow vira realidade. Pode não voar (ainda), mas será movido literalmente à base de lixo.



(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 14/01/2008)



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