Além de recolher oficialmente pouco lixo limpo, arcar com o custo de coleta mais alto do Brasil e deixar de fora do serviço carrinheiros e cooperativas que cumprem todos os dias o importante trabalho de reciclar, Santos desperdiça a oportunidade de reaproveitar milhares de cocos consumidos na Cidade. Eles poderiam ser transformados em novos materiais, gerando renda como consequência.

Nos quiosques e lanchonetes que comercializam a fruta, o resto do coco (a casca e a fibra interna) é jogado fora junto com todo o lixo orgânico. Em dias de calor, quando o movimento é maior, as vendas superam as 300 unidades da fruta no quiosque da orla ao lado do Canal 3. Em outro quiosque, 200 cocos são recolhidos pela Terracom.

No verão, o volume é tão grande que o serviço de coleta é realizado duas vezes na orla da praia, o que comprova o potencial da Cidade para transformar o material descartado em geração de renda.

No Brasil, há diversas iniciativas que, da fibra da fruta, fazem estofados de bancos de automóveis e caminhões, vasos, tapetes e artigos de decoração da fibra da fruta. A casca serve também como substrato agrícola.

Em Fortaleza, no Ceará, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) criou uma unidade de processamento do material, que é coletado nas praias da cidade. Da matéria-prima são fabricados jarros, produtos artesanais e até o substrato agrícola. A unidade emprega 15 pessoas.

BANCO DOS CARROS
No Pará, cooperativas mantidas por comunidades recolhem cocos já descartados após consumo e mandam o material para uma empresa que produz bancos de automóveis. Grandes fabricantes de veículos também aproveitam a fibra do coco para o mesmo fim.

Em Santos, ninguém se interessou pelo assunto até hoje, ressaltou o arquiteto e professor das universidades Santa Cecília e de Guarulhos, Fábio Henrique Bei. Ele finalizou há dois anos um estudo sobre o reaproveitamento do coco para diversos fins, e pesquisou as iniciativas existentes. ‘‘Não encontrei ninguém em Santos que faz isso. Nem empresas, nem entidades não-governamentais, nem a Prefeitura’’, afirmou o professor.

Ele foi buscar projetos em outras cidades e estados, inclusive em outros países. ‘‘Na Índia, a fibra do coco é usada até para decorar as paredes de casas’’.

A Prefeitura tenta, pelo menos desde 2006, viabilizar um projeto de reaproveitamento dos cocos, mas, até hoje, não teve sucesso. Em janeiro daquele ano, A Tribuna publicou reportagem em que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente afirmou que elaborava um estudo para o reaproveitamento da fruta na fabricação de vasos, realizada no Jardim Botânico.

O secretário de Meio Ambiente, Flávio Rodrigues Corrêa, afirmou que o Município chegou a ser procurado por uma professora do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP). Ela pretendia colocar em prática na Cidade um projeto de criação de uma usina de processamento do coco e transformação em novos materiais.

A iniciativa incluia a compra de uma máquina de processamento e da instalação da usina, mas, de acordo com o secretário, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), órgão para o qual foi solicitado financiamento, não aprovou o projeto.

‘‘Não deu certo dessa forma. Então, incluimos um projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para resíduos sólidos, e ainda está sob análise da Caixa (Econômica Federal)’’, afirmou o secretário. ‘‘Acredito que assim que (o financiamento) for aprovado, poderemos adquirir as máquinas’’.

Ele lembrou que uma empresa recentemente incluída na Incubadora de Empresas de Santos já estuda o reaproveitamento de coco.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 02/05/2008)

Assessoria de Imprensa do Sicon
Av. Conselheiro Nébias, 472 - Encruzilhada - Santos - SP
Fone/Fax: (13) 3224-9933
Visite nosso site: www.sicon.org.br











 





Compartilhe

Veja outras notícias

Negociações coletivas encerradas para as bases territoriais de São Vicente, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

+

Leia mais

Atenção: Assembleia Geral Extraordinária - Negociação Coletiva 2024/2025 - Síndicos, participem!

+

Leia mais

Assembleia Geral Extraordinária

+

Leia mais