A Baixada Santista, cada vez mais ‘verticalizada’, possui hoje mais de 10 mil condomínios, cerca de cinco mil deles só em Santos, com uma população aproximada de 300 mil moradores.

Analisando a maior cidade da região, Santos, é possível estimar que os condôminos gerem cerca de 110 mil toneladas de lixo todos os anos – e desperdicem também algo em torno de R$ 10 milhões no período, valor referente ao que esse volume geraria se fosse reciclado.

Para isso, ou seja, o primeiro passo para implantação da coleta seletiva nos prédios residenciais geralmente acontece na reunião de moradores. Uma vez deflagrada a idéia, basta observar quatro aspectos: 

1 - Espaço
Deve-se optar por um local ventilado, de preferência rústico e que não exija muita manutenção. O ideal é ter, nessa área, tambores para recolhimento separado de cada material: papel, vidro, alumínio mais ferro e plástico. Dessa forma, é possível monitorar os volumes dos diferentes materiais recicláveis. Na falta dos tambores, pode-se construir caixas com compensado naval (aglomerado de madeira à prova d’água). Eles são resistentes e aceitam subdivisões.

2 – Incentivo
Uma maneira de envolver os moradores é apresentar os resultados. Todos os edifícios são dotados de quadros de aviso e esse é um bom local para mostrar o quanto vem sendo reciclado, a evolução (ou não) do volume recolhido e o benefício que isso gera. Quando há participação da maioria dos moradores, os detritos revendidos são mais do que suficientes, por exemplo, para pagar os gastos condominiais com material de limpeza ou até mesmo com parte do salário dos funcionários.

3 – Comercialização
O lixo reciclado pode ser vendido diretamente aos sucateiros (ferro-velho) ou para empresas especializadas nesse tipo de atividade (consulte a Secretaria de Meio Ambiente de sua cidade). Muitas dessas empresas já recolhem os detritos diretamente nos prédios. O valor a ser pago varia conforme o peso do material. Por isso, dependendo do condomínio, a compra de uma balança pode ser útil no controle do que está sendo comercializado.

4 – Valor
As latas de alumínio e os plásticos (principalmente PET) são os itens hoje mais valorizados no mercado da reciclagem. O papel (jornal, papelão, papel branco etc.) também tem mercado certo para venda, havendo variações de preços significativas entre os tipos de papel – o papelão é o mais rentável. Já o vidro é o material que apresenta hoje o menor valor de venda.

Por fim, para incentivar e facilitar as comparações no quadro de avisos de seu prédio, listamos abaixo alguns resultados concretos da reciclagem:

Papel
Uma tonelada de papel equivale ao corte de 34 árvores de eucalipto com 12 metros de altura. Representa ainda uma economiza de 70% de energia elétrica, lança na atmosfera 74% menos particulados (poeira, fuligem) e diminui em 35% a poluição das águas.

Plástico
A cada tonelada de plástico economizamos a mesma quantidade em energia de petróleo, aumentando a vida útil dos aterros.

Alumínio
Cada tonelada de alumínio economiza cinco mil quilos de bauxita (minério utilizado na extração do metal). Uma lata reciclada economiza o equivalente em energia elétrica ao consumo de uma televisão ligada por três horas. Polui 97% menos as águas e 95% menos o ar.

Latinhas de Conserva (milho, ervilha, sardinha etc):
A cada 75 latas de aço recicladas, salva-se um árvore que estaria sendo transformada em carvão vegetal. A cada 100 latas de aço recicladas, poupa-se o equivalente a uma lâmpada acesa de 60W por uma hora.

Uma tonelada de vidro reciclado poupa 73 toneladas de areia, 11% de calcário, 14% de barrilha (carbonato de sódio obtido por meio do sal marinho) e 2% de feldspato (mineral contido em várias rochas). Diminui em 20% a poluição do ar e 32% no consumo de energia elétrica.

Deve-se ter claro que a receita obtida com a venda do lixo será proporcional ao engajamento dos moradores, e essa participação é fundamental quando se pensa em obter reduções nos custos condominiais.

Porém, é preciso ficar claro que o lucro financeiro, se houver, é uma consequência, mas nunca o objetivo primário. Sob o ponto de vista ambiental, menos poluição e melhor qualidade de vida é o maior e principal benefício que uma coleta seletiva pode proporcionar.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna, em 05/06/2008)

Compartilhe

Veja outras notícias

Negociações coletivas encerradas para as bases territoriais de São Vicente, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

+

Leia mais

Atenção: Assembleia Geral Extraordinária - Negociação Coletiva 2024/2025 - Síndicos, participem!

+

Leia mais

Assembleia Geral Extraordinária

+

Leia mais