Uma data que vem sendo esquecida no calendário do brasileiro, o Dia da Árvore ­ comemoradohoje ­precisa ser resgatada com rapidez e maior participação popular, afirmam os especialistas. Segundo eles, o aquecimento ambiental se torna cada vez mais concreto e perverso, encontrando fortes aliados onde falta conscientização ambiental e o progresso predomina sem limites.

"O uso de combustível fóssil, o desmatamento, as queimadas e o consumismo sem o pensamento na reciclagem são responsáveis pelo aquecimento global", informa o professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e doutor em Ecologia, Fábio Giordano.

Para ele, a data deve ser vista como um momento para reflexão e para despertar o interesse e a participação individual em questões que envolvem toda a coletividade. "Precisamos pensar no reciclar e no que podemos economizar. Temos de modificar a forma como enxergamos o planeta. Nesse caso, a ação de cada um faz toda a diferença".

Giordano, que também coordena o projeto Remangue, organizou para amanhã, a partir das 10 horas, o replantio de mudas em área de mangue, na Cidade Náutica III, em São Vicente. O trabalho será desenvolvido com os alunos que participam do programa.

"Quando se fala em plantar uma árvore, as pessoas têm uma visão romântica, achando que não dá resultado. Mas é uma ação que visa ajudar na recomposição da vegetação do manguezal, para que ela possa cumprir o seu papel".

O plantio de árvores, símbolo da data, também será repetido ao longo do mês, quando deverão ser plantadas 150 novas mudas em Santos. "Queremos bater o recorde este ano, atingindo 1,5 mil árvores plantadas", estima o coordenador de paisagismo e arborização pública, João Cirilo Fernandes Wendler. "A nossa média tem ficado em 1,2 milhão por ano".

A Zona Noroeste deverá receber a maior quantidade delas por apresentar o maior déficit no município. A Cidade possui cerca de 30 mil árvores. "Pretendemos ampliar muito esse número".

Entre as espécies mais apropriadas para uso em calçadas e vias públicas estão a quaresmeira, o manacá-da-serra e toda a variedade de ipê. "É preciso explicar que, se for cultivada de forma adequada, elas não vão danificar calçadas ou trazer problemas, pelo contrário, o ganho ambiental será enorme".

Quem quiser pode pedir que sua rua seja arborizada. Basta ligar para a Ouvidoria pelo 0800-112056.
 
PERSONAGEM

Valdelice Santas de Almeida - 67 ANOS
A dona-de-casa enfrenta uma difícil tarefa. Depois de 36 anos cultivando seu jardim na Zona Noroeste, terá de se desfazer de suas plantas e árvores. Valdelice vai mudar de casa e não haverá espaço para elas na residência nova, em Praia Grande. Parte da relíquia cuidada ao longo de sua vida, que incluem bromélias, orquídeas e avencas, foi doada para uma amiga. "Já saíram daqui mais de três caminhonetes e dois carros cheios, que tiveram de fazer duas viagens". Cada espécie possui uma história e dá vida à residência dela. Há planta com mais de 30 anos no local. "Cuidei das avencas como um filho. Conheço a história de cada plantinha. Meus filhos vieram para cá pequenos e hoje já tenho até bisneta". Valdelice conta que não ficou triste com a separação, porque sabe que elas serão cuidadas com carinho. "Minha amiga também é muito ligada a plantas e se dedicará a elas com amor". 

Fonte: ATribuna - 21/09/2008

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