Manifestações como psoríase e vitiligo estão associadas a transtornos psíquicos. Médicos defendem prática de esportes, dedicação a atividades prazerosas e boas noites de sono para evitar problemas de pele.

Não só pomadas e remédios receitados pelo dermatologista. A solução para boa parte dos problemas de pele está em mudar hábitos e reduzir os níveis de estresse e ansiedade, ou, ao menos, aprender a lidar com situações desagradáveis.

Isso porque a pele está diretamente ligada à mente. Estar estressado ou depressivo tem um efeito direto sobre o sistema imunológico, e estudos defendem que isso aumenta as chances de doenças.

Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), 30% das manifestações cutâneas estão associadas a transtornos psíquicos. Entre elas, costumam figurar a psoríase, em que ocorre descamação, e o vitiligo, resultado da destruição das células que dão a cor à pele.

Para evitar essa influência das emoções negativas, os psicodermatologistas defendem que é preciso ter a mente saudável e preparada para mudanças. Podem ajudar pequenas modificações no dia-a-dia, como praticar esportes, dedicar-se a atividades prazerosas e uma boa noite de sono.

Se mesmo assim aparecer algum problema, a saída mais "convencional" é procurar um dermatologista. Caso ele suspeite de uma influência emocional, poderá aconselhar um trabalho integrado, com a participação de psicoterapeutas, além de terapias complementares como ioga, acupuntura e meditação. Remédios têm seu papel no tratamento.

"Às vezes a pessoa passa por uma ansiedade momentânea. Existem as personalidades sempre ansiosas, determinadas geneticamente, ou um pessimismo cultivado. Essas pessoas devem melhorar o jeito de ver o que lhes causa estresse crônico. O processo terapêutico contribui para isso", diz Márcia Senra, do departamento de Psicodermatologia da SBD.

A psicossomática, que estuda a influência da mente no corpo, também defende um trabalho multiprofissional. "Buscamos o contato com os profissionais da área clínica", diz a psicóloga e diretora da Associação Brasileira de Psicossomática, Solange Lopes de Souza. Mas, segundo ela, alguns médicos ainda preferem um tratamento isolado.

Laço antigo
Esse laço entre pele e sistema nervoso existe desde o ventre materno. No embrião, as duas estruturas são formadas a partir do mesmo elemento, o folheto ectodérmico. O desafio da ciência tem sido entender como essa relação continua.

Sabe-se, por exemplo, que o estresse e a ansiedade podem facilitar a liberação de hormônios como adrenalina e cortisona, que atuam sobre glândulas sebáceas e alteram a oleosidade da pele. Há também um neurotransmissor chamado alfa-MSH, que funciona como antiinflamatório na pele. Sua produção é coordenada pelo sistema nervoso central.

Esses são exemplos de como as neurociências têm, cada vez mais, estudado impactos na pele. Já se sabe que são diversas as doenças que recebem ao menos alguma influência da mente. Algumas delas são preexistentes; outras, conseqüências, como a tricotilomania (hábito de arrancar cabelos).

O desafio dos cientistas continua sendo conhecer esse mecanismo para saber como intervir nele para evitar e tratar doenças.

Paciente busca terapia para reduzir problema no rosto
Erinéa Bastos dos Santos, 51, não conseguia entender o que estava acontecendo para que seu rosto ficasse com algumas manchas. Descobriu somente após consultar um médico. Estava arranhando inconscientemente o próprio rosto.

Os primeiros dermatologistas consultados disseram-lhe para não cutucar qualquer carocinho que aparecesse na pele. Para ela, essa recomendação não foi suficiente. "Na psicodermatologista foi que entendi a importância de fazer uma terapia", afirma.

Ela ficou em depressão há nove anos, quando saía de um casamento de 24 anos e enfrentou problemas financeiros. Passou, então, a fazer escoriações no rosto.

O tratamento começou há oito meses, e "o pior já passou", diz Erinéa, que trabalha como acompanhante de uma senhora em Copacabana, no Rio de Janeiro, e reside em Nova Iguaçu. "Tenho conseguido lidar com o problema. Converso com a psicoterapeuta e vejo as coisas de uma forma mais positiva."
Erinéa vai iniciar em breve uma nova etapa no tratamento, com sessões de relaxamento, e afirma que tem se concentrado na dedicação aos seus quatro filhos e seis netos.

Acne: diversas causas podem provocar espinhas
Pesadelo dos adolescentes e de alguns adultos, a acne é um dos problemas mais comuns e pode se originar de desregulação hormonal, nas glândulas sebáceas, por bactérias ou pela própria característica da pele. Ela pode sofrer influência do que acontece na mente, o que pode liberar hormônios. Por isso, é comum aparecer uma em momentos de tensão, no dia de briga com uma namorada, por exemplo. Para quem já se prepara para a Páscoa, a influência do chocolate ainda é muito discutível. Um argumento comum dos médicos é que o chocolate afeta só algumas pessoas.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 02/03/2008)

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