Essencial para o fortalecimento dos ossos, especialistas dizem que esse hormônio – que é ativado com a exposição solar também protege contra doenças como o câncer e o diabetes.

Quem tem criança em casa faz idéia da importância da vitamina d para o organismo. Quando o bebê completa 1 mês, os pais recebem a orientação do pediatra para o banho diário de sol, já que os raios ultravioletas ativam a ação desse hormônio (sim, é um hormônio) no organismo. Meses depois, costuma ser indicada a suplementação oral. Tudo para evitar o raquitismo – doença que enfraquece o tecido ósseo e prejudica o crescimento.

Aliás, a principal função da vitamina D é aumentar a absorção de cálcio e fósforo, enquanto está no intestino, e facilitar que eles sejam depositados nos ossos, fortalecendo o esqueleto. Atua também nos rins, impedindo a eliminação exagerada de cálcio.

Hoje, sabe-se que o papel da vitamina D vai além. Segundo o endocrinologista Mauro Scharf, do Lavoisier Medicina Diagnóstica, pesquisa recente feita com idosos em ambulatórios de São Paulo mostrou que aqueles com deficiência de vitamina D apresentam diminuição da força muscular e prejuízos no equilíbrio. Sem contar que a carência é um dos principais determinantes da osteoporose senil e osteomalácia (defeito da mineralização do osso). “As pessoas devem tomar sol durante toda a vida para chegar à terceira idade com uma qualidade de vida melhor. A recomendação é de cerca de meia hora diariamente”, diz o médico.

De fato, os raios ultravioletas são a maior fonte de vitamina D. Só a alimentação não basta para garantir os níveis de que o organismo precisa. E são poucos os alimentos que contém o nutriente, segundo Scharf, sendo os peixes de água fria como salmão, atum e o bacalhau as principais opções.

Muitos devem pensar que, pelo fato de vivermos em um país tropical, não temos problemas. Mas não é bem assim. Mestranda na Universidade de São Paulo (USP) e especialista em doenças crônicas e degenerativas, a nutricionista Marianna Durante Unger revela que a pesquisa que fez para sua tese de mestrado e que deve ser publicada ainda este ano em uma revista científica mostra que 80% dos voluntários (de 18 a 90 anos) que participaram do estudo apresentaram deficiência de vitamina D após o inverno, ou seja, período em que há poucos dias com sol. “É um número muito importante, que surpreendeu especialistas internacionais quando o apresentei nos Estados Unidos. Embora essas pessoas possam recuperar a vitamina D com o verão, essa carência temporária pode trazer danos em longo prazo”, resume a nutricionista, que trabalha no ambulatório de nefrologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Mais agravantes: Marianna afirma que a deficiência do hormônio no organismo está relacionada a algumas doenças crônicas, como o diabetes e o câncer (mama, próstata, pulmão e intestino, por exemplo), e a processos inflamatórios.

A terceira idade merece atenção especial porque, em razão do envelhecimento, os idosos não conseguem sintetizar o hormônio (processo que acontece na pele) com tanta eficiência. Além disso, a formação do osso se dá somente até os 30 anos.

Os dados iniciais da pesquisa são das regiões Sul e Sudeste do País. Ainda faltam os do Nordeste, onde há sol o ano inteiro. Marianna afirma que a idéia é solicitar o reforço alimentar, como já acontece nos Estados Unidos e na Europa. “No Brasil, temos alguns exemplos de fortificação, como nas farinhas, com ácido fólico, e no sal, que recebe iodo”.

Exposição com segurança
Que o sol faz bem, todo mundo já sabe. Mas, é preciso ficar atento aos horários, já que a exposição inadequada aos raios ultravioletas pode provocar envelhecimento precoce e câncer de pele. A recomendação é evitar a exposição entre 10 e 16 horas. Um alerta: o uso de bloqueadores solares pode alterar o processo de absorção da vitamina D.

Exame de sangue
E como saber se a pessoas sofre com a falta de vitamina D?
Segundo a nutricionista e personal diet Carolina Paz, um exame de sangue, feito em qualquer laboratório, pode indicar a carência. Caso constatada a falta, é indicada a suplementação. “O que deve ser feito por especialistas. O tratamento é feito de forma individualizada, de acordo com as necessidades de cada um”.

Mauro Scharf alerta que a automedicação pode trazer sérios riscos. “No mercado, há muitos produtos com níveis inadequados de vitamina D. Pior que isso: vários são associados à vitamina A, que, em excesso, pode provocar hipertensão intracraniana. A própria vitamina D é tóxica em doses elevadas”.

Carolina afirma que o exame é solicitado a partir do histórico e das queixas do paciente. Segundo ela, a perda de massa óssea e o aumento das fraturas e quedas são sinais de que falta vitamina D no organismo. “No que diz respeito à alimentação, a principal fonte é o óleo de fígado de peixe. Mas ela pode ser encontrada também em outros alimentos de origem animal, porém em menor proporção”.

(Fonte: Veiculado no AT Revista, em 06/04/2008)

Assessoria de Imprensa do Sicon
Av. Conselheiro Nébias, 472 - Encruzilhada - Santos - SP
Fone/Fax: (13) 3224-9933
Visite nosso site: www.sicon.org.br


Compartilhe

Veja outras notícias

Negociações coletivas encerradas para as bases territoriais de São Vicente, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

+

Leia mais

Atenção: Assembleia Geral Extraordinária - Negociação Coletiva 2024/2025 - Síndicos, participem!

+

Leia mais

Assembleia Geral Extraordinária

+

Leia mais