Especialistas alertam para a preocupação que as mulheres devem ter no sentido de prevenir o surgimento de doenças cardiovasculares. Dados estatísticos mostram que nos últimos anos houve um aumento no número de casos em pacientes do sexo feminino. Um quadro que poderia ser mudado se fossem adotados hábitos alimentares mais saudáveis e uma rotina diária de exercícios físicos leves, como caminhadas.

A morte da antropóloga Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorrida na noite da última terça-feira, trouxe à tona uma realidade cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. A partir dos 50 anos de idade, as mulheres praticamente se equiparam no número de casos de doenças cardiovasculares com os homens.

Segundo especialistas da área de Cardiologia, o quadro atual ocorre por falta de uma cultura de prevenção entre as mulheres, que hoje em dia é mais centrada no câncer de mama. As doenças cardíacas ainda são mais associadas ao homem, apesar de vitimar um número cada vez maior de mulheres no País.

Presidente da Regional da Sociedade Paulista de Cardiologia na Baixada Santista, o médico cardiologista Antônio Mendes Neto cita os números do Sistema Único de Saúde (SUS) para reforçar a tese. ‘‘As doenças do coração vitimam 51% das mulheres atendidas pelo SUS contra 24% que morrem por algum tipo de câncer, inclusive o de mama. Ou seja, a doença cardíaca mata mais duas vezes mais do que todos os tipos de câncer’’.

Outro ponto ressaltado pelo especialista diz respeito à faixa etária. ‘‘Entre 45 e 50 anos de idade, a incidência nos anos 70 era de um óbito de mulher para cada 10 homens vitimados por uma doença cardíaca. Hoje, essa relação está de quatro homens para uma mulher’’.

Com a abertura do mercado de trabalho, mais mulheres passaram a ocupar um tempo que antes era mais dedicado ao lar. Esse fator, associado ao hábito do tabagismo, obesidade e uma alimentação não-adequada, contribui para o agravamento de um quadro clínico no futuro.

‘‘O tratamento de reposição hormonal associado ao hábito de fumar provoca uma reação extremamente negativa para a mulher. E não se pode esquecer que o uso do anticoncepcional também pode influenciar nessa questão, quando feito sem o devido acompanhamento médico’’, alertou Mendes Neto.

A chegada da menopausa é outro fator que obriga a mulher a manter cautela. ‘‘A interrupção do ciclo menstrual provoca alterações significativas no corpo. Se a mulher manter hábitos mais saudáveis, esses efeitos acabarão sendo retardados ou até mesmo eliminados’’.

Rotinas simples como preferir subir de escada a pé ao invés de usar o elevador ou a escada rolante em shoppings e edifícios residenciais, são algumas sugestões feitas pelo especialista. ‘‘Santos, por exemplo, é uma cidade que oferece condições muito favoráveis para a caminhada’’.

Mudança de Comportamento
O médico cardiologista Sílvio Carlos Moraes Santos destaca ainda a mudança de comportamento das mulheres. ‘‘Elas passaram a trabalhar e por isso têm menos tempo para cuidar da parte física. Infelizmente ainda há uma cultura de prevenção com foco em outras doenças, quando na verdade as cardiovasculares deveriam ter o mesmo tipo de tratamento preventivo por parte desse público’’.

No caso da antropóloga Ruth Cardoso, Moraes Santos lembra que ela era fumante há alguns anos. ‘‘Sempre há tempo para mudar de comportamento e adotar hábitos alimentares mais compatíveis com a sua necessidade. Basta ter boa vontade e disposição’’.

Morte antecipada
Um estudo feito pelo Instituto do Coração (Incor) na Capital mostra que houve um crescimento da mortalidade em mulheres com faixa etária entre 30 a 39 anos por doenças cardiovasculares. A taxa de morte por enfarto nesse grupo, que antes era considerado de baixo risco, cresceu 16% no período de 1980 a 1998. Na faixa etária entre 40 e 49 anos, o aumento foi de 8%.

Demora
Um outro estudo elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde no Hospital Ipiranga, na Capital, constatou que os pacientes com hipertensão demoram para procurar acompanhamento médico especializado. Entre as mulheres, algumas afirmaram ter demorado nove anos para procurar tratamento contínuo.

Caminhada
Cardiologistas recomendam um mínimo de 30 minutos de caminhada três vezes por semana. Durante esse exercício, o coração é obrigado a trabalhar mais, favorecendo a circulação das artérias e diminuindo as chances de um entupimento.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 27/06/2008)

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