Atividade

Mesmo adotando uma conduta rígida, alguns conquistam simpatia e respeito.

Eles são eleitos para ocupar um cargo que geralmente ninguém quer assumir. Contestados e mal falados, os síndicos, que comemoram seu dia hoje, travam uma luta constante para administrar contas e problemas de convivência entre condôminos. Mesmo adotando uma conduta rígida, alguns conseguem conquistar não só o respeito como também a simpatia dos moradores do prédio.

É o caso de Pedro Paulo da Silva, que está prestes a completar 80 anos. Há quatro à frente das decisões dos edifícios Mont Clair & Mont Blanc, na Ponta da Praia, o aposentado dedica praticamente o dia inteiro à função de síndico. E é rigoroso. Só no mês passado, aplicou 16 multas condominiais por motivos diversos.

“Por incrível que pareça, não tenho oposição aqui no prédio”, orgulha-se Pedro. “As pessoas me respeitam e sabem que tudo o que eu faço é para manter as coisas em ordem. Tanto que já fui reeleito três vezes e ninguém se posicionou contra”.

Entre os mais de 700 moradores que habitam os 143 apartamentos do residencial, havia até um ano e meio atrás uma figura ilustre: o prefeito João Paulo Tavares Papa. Pedro garante que a maior autoridade política da Cidade não tinha privilégios. “Era um morador como qualquer outro. Mas nunca precisei aplicar multa nele porque ele era um condômino exemplar”.

Arbitrariedade
A boa relação entre síndico e condôminos não chega a ser exceção, mas também está longe de ser regra. De acordo com o presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens Moscatelli, há inúmeras queixas de moradores contra quem gerencia edifícios.

“De fato, alguns síndicos acabam se comportando de forma autoritária, tomando as decisões sem consultar os condôminos”, afirma o sindicalista. “Mas a maioria das queixas não tem fundamento. O que acontece é que muitos moradores não conhecem a convenção condominial nem participam de reuniões, e acabam se queixando de atos perfeitamente legais dos síndicos. Há muita desinformação”.

Segundo Moscatelli, as regras condominiais variam conforme a convenção de cada edifício. Os moradores têm direito a solicitar uma cópia do texto no cartório de registro de imóveis em que o prédio está inscrito. O que vale indistintamente para todos é o Código Civil. A lei prevê sanções civis e criminais para síndicos que cometam irregularidades.

Família Gaudi
Mas quando a administração é austera, raramente há retaliações. Edilena Sudam Gomes, de 68 anos, síndica do Residencial Gaudi, na Aparecida, conseguiu vencer até o preconceito por ser mulher. “Tinha gente que achava que eu não iria impor respeito”.

A síndica começou a provar o contrário logo que assumiu o posto. Infiltrações provocadas por falhas na construção do imóvel obrigaram o condomínio a acionar a Justiça contra o empreendedor. O processo ainda está em trâmite, mas os moradores obtiveram uma decisão provisória que garantiu o início das obras. “O síndico tem que se dedicar e procurar entender um pouco de tudo”, revela Edilena.

O ambiente no condomínio é tão tranqüilo que em todo final de ano os moradores se reúnem no salão de festas para uma confraternização. O dinheiro para bancar a festa sai de economias feitas ao longo do ano. “A gente fala que é a confraternização de Natal da família Gaudi”.

Serviço – Em homenagem ao Dia do Síndico, o Sicon promove hoje, das 14 às 18 horas, um ciclo de palestras sobre questões condominiais. Informações pelo telefone: 3224-9933.

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