‘Big Brother Urbano’

Atrás delas estão centenas de profissionais que são os responsáveis pela segurança.

Sorria, você está sendo filmado. Pode ser em um prédio, na estrada ou mesmo na rua. Milhares de pessoas participam diariamente de uma espécie de “Big Brother”. Cada passo é vigiado minuciosamente por câmeras, que podem flagrar qualquer movimentação suspeita.

Atrás delas estão centenas de profissionais. Seja em uma central de monitoramento ou em uma simples guarita, eles são os responsáveis pela segurança.

Quem utiliza o Sistema Anchieta-Imigrantes, por exemplo, é vigiado a cada instante por uma das 330 câmeras existentes. Mais do que flagrar abusos de motoristas, as câmeras servem para auxiliá-los em momentos de chuva e neblina e para diminuir o tempo de socorro em caso de acidente.

O supervisor do Centro de Controle operacional (CCO) da Ecovias, Fábio Ortega, diz que o tempo médio de chegada de uma equipe a um local de acidente é de seis minutos. “As câmeras podem pegar o local da ocorrência e acionar a equipe mais próxima. E pelas câmeras podemos ver se a neblina está muito forte, o que determina a implantação de uma operação comboio”.

Cidades
Nas cidades o sistema de monitoramento também apresenta resultados. Em Guarujá, onde a população deve chegar a 1,2 milhões de pessoas na temporada (segundo estimativas da Prefeitura), há 30 câmeras. Outras quatro estão sendo instaladas.

O secretário de Defesa Social da Cidade, Marco Antônio do Couto Perez, diz que as câmeras inibem a ação de bandidos. “Na Enseada e em Pitangueiras, onde os índices de violência eram altíssimos, tivemos queda de 48% nos roubos”.

Em Praia Grande são 1.089 câmeras, que só no primeiro semestre deste ano registraram 754 ocorrências. No mesmo período do ano passado foram registrados 947 casos. Outras 16 câmeras serão instaladas nos próximos meses nos chamados pontos críticos, definidos pela Central de Monitoramento, Guarda Civil Municipal e PM.

Em Santos as primeiras 24 câmeras serão instaladas ainda este mês. O secretário de Segurança da Cidade, Renato Penteado Perrenoud, diz que a orla e a Praça Mauá serão os locais vigiados. “Mas estamos em entendimentos com a iniciativa privada para a implantação em outros locais”.

Perrenoud prevê que, além da vigilância, as câmeras proporcionarão a abertura de mais empregos. “A Guarda Municipal fará a vigilância, mas aumentaremos nosso efetivo, pois teremos turnos de seis horas com cinco pessoas em cada. No início de 2007 teremos um concurso para a abertura de 100 vagas”.

Ânderson precisa ser ágil
Os oito anos de profissão deram a Ânderson Finco Monteiro, 27 anos, mais que experiência. Hoje ele sabe lidar com uma situação em que muitos podem entrar em pânico. “Quando há um acidente na pista, só podemos pensar na gravidade depois. Na hora temos de pensar em acionar as equipes de apoio e socorro o quanto antes. Precisamos até ver se houve derramamento de líquidos perigosos na pista”. Mas a frieza dá lugar ao bom humor. Basta Ânderson lembrar das histórias curiosas. “Uma vez vimos um cachorro na pista. Acionamos o guincheiro, que se dirigiu ao local e se negou a retirar o animal, pois se tratava de um pitbull. Mas logo depois o dono do cachorro ligou e disse que o bicho tinha caído de sua caminhonete. Dissemos onde ele estava e tudo foi solucionado”.

Curso poderá ser obrigatório
Investir em cursos de monitoramento é uma tendência nas escolas de formação de seguranças. Mas, o que é opcional pode passar a ser obrigatório em janeiro. É o que diz o diretor da Caxias Segurança, Marco Antônio Veloso. Na região são poucas as empresas que oferecem o curso de monitoramento e mesmo assim o cumprimento das 8h/aula é opcional. Só que uma nova lei deve mudar esse conceito.

De acordo com Veloso, o monitoramento aperfeiçoa o curso de segurança. Além disso, o mercado está exigindo cada vez mais o profissional que tenha esse conhecimento. “Empresas ligadas ao porto pedem quem só entenda de monitoramento. Uma hora esse curso será parte integrante da formação de um segurança, independente da lei”.

Com ou sem lei, um profissional preparado atenderá a uma grande necessidade existente hoje, diz o presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista, Rubens Moscatelli. Para ele, a tendência de se instalar câmeras em edifícios, vinda desde o fim da década de 90, contratou com a falta de preparação dos funcionários.

“Os condomínios foram instalando os sistemas, mas não prepararam seus funcionários para o trabalho. Hoje você vê falta de atitude de alguns funcionários diante de uma situação que exige ação. Uma das partes desse sistema está se perdendo com isso”.

Capacitação é fundamental
Não fosse pelo curso de monitoramento que fez, Rodrigo José dos Santos poderia nem estar empregado. Mas aos 23 anos ele é o responsável pela segurança de um dos maiores centros comerciais de Santos.

“O curso ajudou muito, pois deu um incentivo a mais ao dono do prédio na hora da contratação. Quem faz o curso consegue diferenciar se uma pessoa está no prédio por má fé e sabe como agir em qualquer situação”.

Um exemplo é que Rodrigo sabe o que fazer se perceber que um assalto está para acontecer. “A primeira providência é chamar a polícia. Depois aviso o pessoal dos andares próximos para ficarem nos escritórios. A partir daí vou tomar uma atitude pessoalmente”.

(Fonte: Veiculado no Jornal Expresso Popular, em 14/12/2006)

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