Se um cachorro incomoda quando late em via pública silenciosa durante a madrugada, vinte cachorros incomodam muito mais quando latem juntos dentro de um apartamento.

Essa “sinfonia canina” tem sido o tormento da vizinhança de um prédio de quatro andares do BNH-Aparecida, situado a Rua frei Francisco Sampaio.

Os vizinhos dizem que a dona do imóvel tem “mais de 30 cães”. Eles reclamam do forte cheiro e do barulho, e já fizeram até um abaixo-assinado, que foi entregue ao síndico.

“Tenho a intenção de entregar meu apartamento, se não houver solução para o problema”, diz o mecânico Rogério Lopes Batista, que mora com a esposa e um filho. Ele teme que a bronquite do garoto de 5 anos se agrave em razão do cheiro que se torna mais perceptível nos dias quentes.

O motorista Luciano da Cunha diz que o seu filho mal consegue dormir quando os animais começam a latir. “Um cachorro até vai, mas vários não dá”.

A dona-de-casa Terezinha dos Santos, que mora no andar abaixo, confirma que o barulho não tem hora para acontecer. “Deve ser pior para as famílias que têm crianças”, observa.

A aposentada Nilvana Pereira dos Santos,dona dos animais, diz que a criação dos cachorros, das raças maltês e pinscher, começou há 14 anos. Depois, foi uma série de procriações. Ela diz que são atualmente cerca de 20 cães (a maior parte, filhotes) que mantém em casa. Gastando aproximadamente R$300,00 com ração, Nilvana garante que são todos bem-tratados e vacinados.

A aposentada diz que tem interesse em doar os animais para quem pudesse criá-los, inclusive já doou 15 cães. “Só não quero jogar eles na rua”, diz. Ela disse que uma funcionária da Prefeitura já foi em sua casa para verificar as condições em que vivem os cachorros, mas constatou que está tudo dentro da normalidade.

Segundo ela, a funcionária ficou de dar uma resposta sobre o encaminhamento que poderia dar aos bichos. “Uns que peguei amizade não vou dar”, diz. A aposentada reconhece que se tivesse um quintal grande seria melhor para mantê-los. Quem tiver interesse nos cães pode procurá-la na Rua Frei Francisco Sampaio, 394, apartamento 210.

Bom senso
Segundo as regras de Condomínio, o que deve prevalecer é o bom senso para a convivência ser harmoniosa entre os moradores, afirma Rubens Moscatelli, presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon). “Não pode ter uma proibição total de se ter animais, mas também não pode haver o abuso”.

Quem também sofre com o barulho provocado por cães são os moradores da Rua Bartolomeu de Tadei, na Ponta da Praia. A casa em questão é a número 10. Segundo a vizinhança, o local abriga mais de dez cachorros. “Quando a cachorrada late vira um inferno”, reclama a dona-de-casa Norma Serra. Ela cria um vira-lata e diz que é comum tirar carrapatos do seu animal. Os parasitas, segundo Norma, vêm dos cachorros da vizinha.

Os moradores já fizeram até um abaixo-assinado e enviaram para Prefeitura e Polícia Ambiental, cobrando providências. Preocupado com a mãe, que é vizinha de muro, o engenheiro Sérgio Luiz Serra entrou com duas ações nas esferas cível e criminal, alegando maus-tratos dos animais e perturbação do sossego público.

A Tribuna tentou ouvir a responsável pelos animais, mas a residência estava com as portas e janelas fechadas.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 02/05/2007)







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