O engenheiro Roberto Pedroso Carvalho, responsável pelo projeto, conheceu a técnica em um curso promovido em julho de 2002 pelo Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon). Para divulgar o projeto de medição individualizada na região, o sindicato trouxe à cidade, naquele ano, o maior especialista em engenharia hidráulica da América Latina, Adalberto Cavalcanti, que, além do curso, também proferiu palestra sobre o tema, demonstrando a técnica criada por ele. "A medição individualizada de água permite que cada morador pague pelo que consumiu, uma forma justa e democrática de racionalizar o uso do produto. A conta emitida para cada apartamento, com base no consumo medido no hidrômetro instalado no ramal de alimentação do apartamento, é acrescida do rateio do consumo comum", explica o presidente do Sicon, Rubens Moscatelli.
    
Em Santos, a Sabesp implantou, com sucesso, a medição individualizada nos quiosques da praia. "Em prédios antigos, até então, a medida só era possível se o estudo de viabilidade econômica justificasse. Durante curso e palestra proferidos em Santos, Adalberto Cavalcanti explicou que, de acordo com a disposição das instalações prediais, a adaptação pode ser fácil e de baixo custo". 

O engenheiro Adalberto, um dos autores do livro Medição Individualizada de Água em Apartamentos, é responsável pela implantação da idéia na região metropolitana de Recife. "Lá, a experiência trouxe resultados bastante positivos: o índice de inadimplência para os prédios individualizados tornou-se inferior, em média, a 10%; a redução de consumo dos edifícios que aderiram à medição individualizada foi de 25% e houve um aumento de faturamento nos citados edifícios superior a 21%", explicou o engenheiro.

De acordo com o Sicon, o alto consumo e o desperdício de água nos apartamentos são alguns dos motivos que mais contribuem para o aumento dos valores dos condomínios. "Diminuindo os custos dos condomínios da
região, podemos diminuir a inadimplência, que se mantém há muito tempo entre 20 e 30%. Como a conta de água é única, poucos moradores costumam economizar no uso do produto", lamenta o presidente. 

A palestra sobre medição individualizada da água em edifícios impulsionou o vereador Augusto Zaggo a criar um projeto de lei que prevê a medição individalizada de água para futuros prédios. Ela ainda não foi aprovada na Câmara.

Condomínio pioneiro

O Condomínio Edifício Scriptorium House conta com 38 conjuntos comerciais. O sindico, José Antonio Santana, espera que o consumo de água reduza 40%. "A conta é de R$ 4.000,00. Há uma disparidade muito grande de consumo entre as Salas, já que existem escritórios contábeis, consultórios de psicólogos e de dentistas. No meu escritório de contabilidade, por exemplo, pagamos a taxa mínima". O custo do projeto ficará em R$ 30 mil (R$ 800 por conjunto). A obra será finalizada em dois meses. A leitura do consumo será feita na portaria do prédio. "Primeiro fizemos a revisão dos equipamentos e iniciamos a manutenção preventiva. Agora, fazendo também a medição individual, a conta pode cair até 50%", avalia Roberto Pedroso. Segundo ele, a tarifa de um prédio comercial é muito maior do que a residencial . "Para se ter uma idéia, podemos citar um prédio comercial que gasta 400 metros cúbicos de água por mês e paga pouco menos de R$ 4000,00. Num outro, residencial, o consumo é de 1500 metros cúbicos por mês e a conta não chega a R$ 3000,00". Desde outubro de 2002, após o curso realizado pelo Sicon, Roberto Pedroso já elaborou mais de 50 orçamentos para medição individualizada de água em apartamentos, mas esbarrava na falta de consenso dos moradores dos prédios. "O síndico precisa aprovar a idéia em assembléia. A aprovação depende de unanimidade. Neste caso, o condomínio pode promover ação na Justiça para suprir o consentimento", avisa o presidente do Sicon. "As pessoas devem se conscientizar de que a redução do consumo de água implica ainda na preservação deste recurso natural cada vez mais escasso e mais caro", finaliza o presidente do Sicon.

Formas de economizar água:

Manutenção e regulagem dos equipamentos: Corrige problemas que produzam vazamentos e regular dispositivos de descarga de acordo com o andar onde estão instalados são procedimentos que produzem
resultados surpreendentes.

Medição individualizada: reduz ainda mais a conta de água, já que incentiva os condôminos a gastar menos.

Troca de equipamento: a partir deste ano, o PNCDA - Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água obriga fabricantes a comercializarem equipamentos de descarga que gastem entre seis e 9 litros por
descarga. Uma válvula antiga desregulada pode gastar até 40 litros numa descarga.
    

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