Mais do que as nojentas baratas ou as irritantes formigas, certamente são os cupins que mais dissabores trazem aos condomínios e seus moradores. Além do incômodo, os cupins representam um significativo prejuízo. Vale lembrar que são os cupins subterrâneos os que mais danos acarretam ao patrimônio. Segundo a bióloga Eliana Fernandes Pavani Werneck, os cupins de madeira seca e a broca atingem apenas móveis e peças de madeira. Já os subterrâneos andam pela estrutura da edificação, se locomovendo nos espaços existentes entre partes de madeira e alvenaria e partes de madeira e rede elétrica. "O cupim subterrâneo se alimenta de celulose, encontrada na madeira, papel e tecidos de algodão. Há a idéia de que ele come o concreto, mas não é verdade. Ele aproveita as microfissuras das paredes e falhas estruturais das construções para se infiltrar, deixando um túnel de terra por onde passa", explica a bióloga. Na verdade, essa terra é uma mistura de saliva com fezes dos cupins, mais o madeiramento estragado.

O avanço do cupim subterrâneo é silencioso, adverte Eliana. "O erro é acreditar que o cupim só aparece quando surge um pozinho. Quando percebemos, a infestação já se encontra num estado avançado. Esbarrar numa guarnição e descobrir que ela está toda fofa pode significar que o apartamento todo, e até mesmo o condomínio todo, está tomado", comenta.

Caixões perdidos entre lajes cheios de madeiramento, portas, batentes, guarnições, gabinetes de pia, rodapés e fundos de guarda-roupas estão entre as áreas preferidas pelos cupins. A visita de um biólogo ou agrônomo pode indicar a presença indesejada dos cupins. Dificilmente eles são exterminados, constata Eliana. O ideal é realizar um tratamento preventivo, mas a prática da bióloga em condomínios comprova que o síndico só aciona uma empresa de controle de pragas para descupinização quando o problema já está instalado.

Segundo Eliana, o tratamento convencional age com produtos químicos sobre o cupim. Uma das técnicas utilizadas é a barreira química. "Através de perfurações em torno da estrutura do prédio é injetado o inseticida, evitando que os cupins se infiltrem pela construção", aponta. A bióloga explica que uma colônia de cupins bem desenvolvida pode estar no prédio vizinho, por exemplo, e a barreira química impede sua aproximação. A outra parte do tratamento é a infiltração do madeiramento, com a injeção e a pulverização de inseticida em todas as partes de madeira junto à alvenaria, como portas, batentes e guarnições. Mais uma aplicação é a insuflação da rede elétrica (como caixas de luz e rede de telefonia) com pó químico.

Eliana comenta que o trabalho em condomínios esbarra na má vontade de muitos condôminos. "Há dificuldades inclusive para entrar nos apartamentos e fazer a vistoria", conta.  Durante a descupinização os apartamentos devem ser desocupados por 12 horas. A bióloga lembra de um prédio onde todos os apartamentos foram descupinizados, com exceção de um, que tinha uma moradora doente. Resultado: os cupins migraram para o apartamento que não estava protegido, atacando o piso de tacos de madeira, cortinas, roupas, caixas de sapato. "Quanto menos madeira tivermos em casa, melhor", adverte.
Já o sistema de controle dos cupins através de iscas trabalha inibindo o crescimento dos insetos. O sistema de iscas não exige desocupação dos ambientes. Estações de monitoramento são instaladas ao redor do prédio e em determinados apartamentos, permitindo que a empresa especializada nesse tipo de controle acompanhe a presença dos insetos.

A bióloga Eliana esclarece que a presença de cupins em São Paulo é generalizada. Ou seja, não há região da cidade livre da presença da incômoda praga. A espécie mais freqüente é a coptermes gestroi, que expele um líquido branco que funciona como substância de defesa contra os predadores. Do mês de setembro ao início de maio acontecem as revoadas dos siriris ou aleluias. "È a época do acasalamento, a única do ano em que eles vão em busca de luz para se reproduzir. Quando os insetos perdem as asas e caem no chão saem à procura de esconderijo, porque eles não suportam a Luz", explica. Um método simples de prevenção é colocar uma bacia com água embaixo da luz, que faz com que os siriris caiam na água.

(Fonte: Veiculado na Revista Direcional Condomínios, Novembro/2006)

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