Conservação do “cartão de visita” do prédio deve ser feita a cada cinco anos por, em média R$50 mil.

Os prédios sentem na pele os efeitos das variações bruscas de tempo típicas do inverno.

Trincas, fissuras, manchas e desplacamentos nas fachadas são sintomas de problemas que podem ter origem em qualquer parte do organismo do edifício – desde o esqueleto de concreto até a sua “epiderme”.

“Em junho e julho, a movimentação dos materiais aumenta com oscilações de temperatura durante o dia, e os problemas aparecem na fachada”, diz o engenheiro Ragueb Banduk, 59, sócio da Pacelli, Ragueb e Associados, consultoria em patologias de fachadas.

A receita para mantê-las em forma, não importa o acabamento final, é fazer limpeza periódica com hidrojateamento.

No processo, não se deve usar produto químico, sobretudo o que tenha ácido, que degrada o revestimento e camadas internas. A pressão da lavadora não pode exceder 1000 psi (libra por polegada quadrada).

“É bom contratar uma empresa especializada para não ter vidros quebrados, caixilhos danificados ou desgaste do acabamento”, sugere a engenheira Viviane Namura, 44, proprietária da Granilita, fabricante de tintas e revestimentos.

Além da lavagem, devem-se aplicar biocidas, para eliminar fungos, e impermeabilizantes.

“Impermeabilização malfeita ou vencida pode causar infiltrações nos apartamentos”, alerta Namura, que recomenda manutenção preventiva completa da fachada pelo menos a cada cinco anos. Ela custa, em média, cerca de R$50 mil.

Sintomas
O sintoma mais comum das “doenças” das fachadas é o desplacamento, que, como os demais, é mais intenso nos andares superiores de prédios.

“Em 90% dos casos, o desplacamento de revestimento é causado por oxidação de armadura (ferro de vigas e pilares)”, estima Rafael Nasser, 48, diretor da Refix Engenharia, que recupera e restaura fachadas.

Um defeito “genético” é a falta de juntas de movimentação na estrutura e no acabamento.

“Elas devem existir em acabamentos com pintura ou argamassa e podem ser acrescentadas numa obra de recuperação”, explica Nasser.
Principais tipos de acabamento

Cerâmica
Vantagem – além da durabilidade, é mais resistente à erosão que tijolo e mais fácil de lavar que pintura.
Problemas – desplacamento devido a problemas na argamassa colante ou reflexo de problemas no chapisco e na base de concreto.

Rasgos em juntas entre pilar e alvenaria ou entre esta e viga geram infiltração. Se faltarem juntas, o revestimento, de dilatação térmica maior que a da estrutura, descola.

Eflorescências, manchas esbranquiçadas de sal depositado com a evaporação de água da cerâmica ou da argamassa colante.
Cerâmicas escuras absorvem mais radiação, esquentam mais e ficam mais sensíveis se recebem uma chuva em seguida.

Soluções
Recuperar a estrutura e substituir o revestimento;
Juntar rasgadas devem ser removidas e substituídas;
Fazer juntas caso não existam;
Manchas são retiradas com água e escovação.

Manutenção
A cada dois ou cinco anos, lavar com produtos específicos e fazer inspeção nas juntas.

Argamassa
Vantagem – aspecto estético mais nobre, como nas fachadas neoclássicas.
Problemas – para fazer reparos, é preciso remover as placas, e não é possível recompor a textura.

Solução
Aplicar hidrofugantes.

Manutenção
Hidrojateamento a cada dois ou três anos.

Tijolinho aparente
Vantagem – a movimentação da estrutura dificilmente gera problemas na superfície da fachada.
Problema – desagrega com impacto da chuva.

Solução
Aplicar hidrorrepelente que tem prazo de validade de cinco anos para que a água “deslize”, diminuindo a erosão.

Manutenção
Lavagem a cada dois anos, com jato moderado e sem produto químico, para eliminar fuligem e fungos, que causam acidez corrosiva.

Concreto aparente
Vantagem – aspecto estético.
Problemas – deteriora devido a fungos, fuligem ou infiltração interna ou superficial.

Solução
Lixamento para remover verniz ou resina acrílica e tratamento da armadura com produtos específicos.

Manutenção
Aplicar acrílico ou poliuretano, com o cuidado de fechar poros.

Pintura
Vantagem – os polímeros da tinta funcionam como impermeabilizante.
Problemas – deteriora mais facilmente com lavagem, vazamentos e infiltrações internas formam bolhas, já que a água tende a escapar pela superfície, que é mais quente; infiltrações superficiais formam trincas.

Solução
Identificar e tratar as causas de infiltrações.

Manutenção
A cada dois anos, fazer vistoria para localizar e fechar fissuras e trincas e lavar fuligem e fungos.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 27/05/2007)

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