O Brasil coleta diariamente 140 mil toneladas de lixo, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na hipótese de 75% desse volume ser fonte de carbono, ou seja, passível de se transformar em dióxido de carbono, conclui-se que, anualmente, são emitidas cerca de 228 mil toneladas de CO2, em razão tanto do desperdício de produtos – alimentos, embalagens e bens de consumo – como do manuseio inadequado.

O cálculo revela a importância do efeito estufa, que deve elevar a temperatura do planeta em 1,0° a 3,5°, e o nível do mar em 20 cm a 80 cm até 2100, segundo projeções do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC).

Diante desse cenário, há muito que avançar, mas o Brasil tem seus méritos. Um deles é o fato de ser líder mundial em reciclagem de latas de alumínio. Em 2005, atingiu o índice de 96,2% de reciclagem do material, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e manteve-se na dianteira. O alumínio é o material reciclado mais valioso – o preço varia de R$2,5 mil a R$3,5 mil a tonelada, e sua cadeia de reciclagem proporcionou, naquele ano, a criação de 160 mil empregos.

Outro marco do País é o fato de ser o líder nas Américas em volume de embalagens longa vida recicladas: foram 40 mil toneladas em 2005, o que representa 23% do total produzido, segundo dados da Tetra Pak divulgados pelo Cempre – Compromisso Empresarial pela Reciclagem. No ranking mundial, o Brasil só fica atrás da Alemanha, com 65% de reciclagem, e da Espanha, com 40%. Também em 2005, havia 23 recicladores de embalagens longa vida, o que proporciona a manutenção de postos de trabalho. Estima-se que, naquele ano, só as recicladoras de plástico e alumínio (materiais que compõem a embalagem) empregavam 200 pessoas.

Além dessas duas importantes referências, o Brasil tem evoluído em outros setores. O Cempre divulgou recentemente o painel Microcenários Setoriais, referente a 2005, que traça a situação da reciclagem nacional. A pesquisa é feita desde 2004 (com os dados fechados de 2003) e abrange os setores de papel, plásticos, PET, vidro, aço e pneus, além de latas de alumínio e embalagem longa vida. Para elaborá-la, o Cempre consulta e analisa informações obtidas em empresas e entidades que atuam em cada um dos setores. Confira alguns dos resultados.

PET – o Brasil é um dos maiores recicladores mundiais de PET – supera inclusive os Estados Unidos e a Europa. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), o mercado nacional consumiu, em 2005, 374 mil toneladas do material para aembalagens, das quais 174 mil toneladas foram recicladas, o que representa um índice de 47%, o mesmo obtido em 2004.

Papéis – foram consumidas 34 mil toneladas de papéis recicláveis e a taxa de recuperação desse material correspondeu a 46,9% do consumo aparente em 2005, de acordo com dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel – Bracelpa.

Plásticos – também no reaproveitamento de plástico o País vem evoluindo: nos últimos três anos registrou incremento de 28% no volume reciclado. O total alcançado em 2005, de 460 mil toneladas, o coloca à frente de nações como França, Suécia e Portugal. Além disso, o valor da tonelada também vem aumentando, o que torna a atividade ainda mais atraente.

Vidro – A associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) revela que o índice de reciclagem do material caiu de 47% para 45%, de 2004 para 2005. Mas o País continua na dianteira em relação a outras nações, como os Estados Unidos.

Aço – as latas de aço representam 8% das embalagens metálicas para bebidas no Brasil. Em 2005, o volume reciclado do material atingiu 18,1 mil toneladas, índice de 88%.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 05/06/2007)

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