Assalto
Comandante credita ousadia de ladrões a impunidade

Depois do episódio da última quarta-feira, quando dois ladrões armados invadiram uma residência na Ponta da Praia – a três quadras da sede do comando da Polícia Militar na região – e roubaram dinheiro e pertences da família, algumas questões foram levantadas. Será que residir em casas ainda é seguro? Os equipamentos de segurança patrimonial que existem hoje realmente inibem a ação dos bandidos ou eles estão cada vez mais ousados?

O comandante do 6° Batalhão de Polícia Militar do Interior (6°BPM/I), tenente-coronel Sérgio Del Bel, credita a ousadia dos marginais ao que ele chama de impunidade. “Nossas leis estão ultrapassadas, a Justiça está sobrecarregada e existem muitos recursos (para o preso sair da cadeia)”. O militar disse que os bandidos sabem que, se presos, vão se livrar facilmente das penas e logo retornarão às ruas.

Sobre o roubo de quarta-feira, que terminou com a prisão de um dos marginais e a recuperação dos bens roubados, Del Bel alegou que esse tipo de ocorrência não é comum. Ele afirmou que, em cerca de três anos, apenas cinco ocorrências como a de quarta-feira foram registradas na jurisdição de seu batalhão.

“Essas ocorrências, por chamar a atenção, deixam a impressão de que são rotineiras, mas não é isso. É que quando acontecem elas têm uma grande repercussão”. O comandante afirmou que em Santos não há uma região específica em que os assaltos a residências são mais freqüentes.

Porém, Del Bel assumiu que os equipamentos de segurança patrimonial, como cercas e arames, inibem a ação dos criminosos. “Esses dispositivos são úteis. Na medida em que você oferece barreiras físicas que impedem e dificultam a entrada de intrusos”. Mas o comandante lembrou que nenhuma tecnologia de proteção funciona sem a complementação do fator humano. “Sem entrar em paranóia, mas o cidadão tem que estar preparado para essas casualidades (assaltos)”.

Segurança Hi Tech

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) dão conta que o setor de segurança privada é um dos que mais crescem no País (14%), com um faturamento que ultrapassa US$1 bilhão.

Um dos sistemas de segurança mais moderno é o de vigilância por transmissão via telemetria. Esse sistema consiste em uma série de equipamentos eletrônicos (sensores, lasers e câmeras) que monitoram todos os cantos da casa, mandando relatórios a cada três minutos para uma central.

“Com esse sistema podemos saber toda movimentação de uma residência e detectar a presença de estranhos imediatamente”, explicou Nicolangelo Maglio, diretor de operação de uma empresa que oferece proteção eletrônica. Por um preço inicial de R$80,00 ao mês, a pessoa pode ter acesso a esses serviços.

Algumas dicas
Invista o máximo possível em equipamentos ou medidas arquitetônicas que evitem a entrada de intrusos.

Ao chegar em casa verifique se não há alguém em atitude suspeita. Se houver, não pare o carro.

Não aperte o botão do alarme do veículo quando ainda estiver longe, pois o sinal pode servir como um alerta para o bandido. Ele vai saber em qual carro você entrará e terá a certeza de que você está com as chaves.

Casas acabam virando ‘fortalezas’
Com a escalada da violência, as pessoas estão transformando suas casas em verdadeiras fortalezas e quem investe bastante em segurança patrimonial é o aposentado Clóvis Pacheco Júnior, morador da Ponta da Praia. Ele disse que as intervenções foram feitas com o objetivo de preservar a sua família.

Pacheco instalou cerca elétrica câmeras de vídeo na frente de sua casa, além das trancas e alarmes em todas as portas. “Você tem que dificultar a ação dos bandidos. Se eu vejo uma pessoa estranha próximo a minha casa quando eu chego, eu não entro”.

A socorrista Edna Tavares Ramos, também da Ponta da Praia, afirmou que buscou preservar a família, a infância dos filhos e a presença de bichos de estimação ao morar em casa. Para ela, nos Condomínios há regras que podem causar privações. Certa vez, ladrões entraram em sua casa, que estava vazia, mas com a televisão ligada – a tática usada por ela para afugentá-los. No entanto, levaram apenas uma televisão pequena e que estava quebrada. Depois, Edna aumentou o portão de sua casa. È um portão vazado, porque Edna gosta de ver quem está na rua. “Comprei até uma placa Sorria, você está sendo filmado, para intimidar porque não tenho câmera”, conta.

Para o professor de Urbanismo Walter Catarino, da Unimonte, a violência está modificando o cenário urbano. “Antes podíamos ver o jardim das casas, o recuo frontal. Hoje a gente não vê mais nada. Em algumas ruas só enxergamos aqueles paredões contínuos, formados por muros altos e portões fechados”.

Esse fenômeno de auto-reclusão, de acordo com Catarino, faz as pessoas perderem os vínculos de amizade. “As pessoas na cidade vivem cada vez mais desconfiadas”.

Por outro lado, o professor lembra que os Condomínios estão se transformando em cidades particulares, o que contribui “para a segregação espacial da cidade, que vai ficando recortada, picotada por realidades diferentes”.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos, em 22/06/2007)

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