Os gastos com habitação consomem 35,5% do orçamento das famílias brasileiras. Foi o que revelou o estudo Perfil das Despesas no Brasil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ontem. Além do item habitação - composto por gastos com aluguel, serviços e taxas (água, energia e condomínio), manutenção, produtos de limpeza e eletrodomésticos, entre outros - a lista dos cinco mais na conta das despesas tem em seguida alimentação (20,75%), transporte (18,44%), assistência à saúde (6,49%) e educação (4,08%).

O levantamento se baseia na mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, que considera informações apuradas entre 2002 e 2003. A POF traçou o perfil das despesas e rendimentos de cerca de 48,5 milhões de famílias segundo características como situação no mercado de trabalho, escolaridade, idade, sexo, cor e raça e religião.
Na opinião de Edilson Nascimento Silva, gerente da POF, a elevação com gastos de habitação se deve a aumentos de preços e de oferta de serviços como TV por assinatura, acesso a internet, telefonia e gás encanado.

Segundo o IBGE, os ricos gastam dez vezes mais que os mais pobres no País. As famílias mais abastadas, que representam 10% da população, têm despesas médias por mês de R$ 1,8 mil por pessoa; os 40% mais pobres gastam apenas R$ 180.
Os números mostram que as 17,8 milhões de pessoas das famílias mais ricas gastam R$ 388,5 bilhões por ano, bem acima dos R$ 145,3 bilhões dos 67,5 milhões mais pobres. Na faixa mais rica estão as famílias com renda do conjunto de seus integrantes igual ou maior que R$ 3.875,78, enquanto os 40% mais pobres têm renda média mensal de até R$ 758,25. “Os dados refletem a desigualdade brasileira”, diz o analista do IBGE, José Mauro de Freitas Junior.

Segundo a pesquisa, “quanto menor a despesa per capita, menor o nível de bem-estar e, por conseguinte, maior o nível de pobreza da população”. O hábito das famílias de classe C e D reflete isso quando vão ao supermercado. Para esticar o orçamento destinado à alimentação - cerca de 20%, segundo a POF - as donas de casa pesquisam preços e perseguem promoções. O foco é no consumo de itens básicos e há pouca brecha para ‘supérfluos’ - como laticínios e guloseimas. A vendedora autônoma Lídia Aparecida Rossi, 42, que ontem fazia as compras do mês em um supermercado da Freguesia do Ó, região norte da Capital, conhece bem tal situação. Lídia só vai ao supermercado uma vez por mês e pesquisa os preços antes de decidir onde gastar. Mesmo assim, não compra muito além do básico - arroz, feijão, leite, açúcar e café. “Não sobra para comprar supérfluos, como laticínios, frios, bolachas”.

O Perfil das Despesas revela ainda que as famílias mais ricas no País investem mais em planos de saúde e prevenção, enquanto os mais pobres destinam grande parte do que usam em assistência à saúde para a compra de remédios. Medicamentos comprometem 76% dos gastos com saúde das famílias mais pobres (renda até R$ 400), fatia que para as mais ricas (acima de R$ 3 mil) representa apenas 23,7%.

O trabalho também detalha que as despesas com planos e seguros de saúde entre as famílias mais pobres representam 7% do total destinado à saúde. Naquelas com renda acima de R$ 6 mil, a fatia desses pagamentos chega a 37,19%.

Além disso, as famílias chefiadas por pessoas com curso superior, concluído ou não, gastam 1.920% mais com educação que as que têm como referência pessoas com apenas um ano de estudo. Enquanto o primeiro grupo gasta R$ 180,04 mensais com educação, o segundo gasta R$ 8,91.

No que se refere à religião, o maior rendimento médio mensal familiar foi registrado quando a pessoa de referência era espírita kardecista(R$ 3.796), enquanto nas pertencentes à evangélica pentecostal era o menor (R$ 1.271,00). Entre católicos apostólicos romanos, o rendimento correspondia a R$ 1.790,56.
Os dados do levantamento reforçam também fatos já conhecidos. As mulheres ganham e, conseqüentemente, gastam menos que os homens. Os brancos têm renda maior que negros e pardos. Empregadores e funcionários públicos recebem mais que os trabalhadores do setor privado (formais e informais).

(Fonte: Veiculado no Jornal da Tarde, em 30/08/2007)

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