Spa L’Occitane com diversos tipos de massagens e tratamentos para rosto e corpo. Mais restaurante, cinema, cyber café e serviço de apoio na praia e náutico. O Yacamim, empreendimento lançado pela Odebrecht em Ilhabela, terá uma imensa área de lazer para as 139 unidades que vão desde bangalôs até casas de 330 metros quadrados.

Os imóveis em construção já podem ser vistos da praia do Curral, no alto de um morro, em meio ao verde da Mata Atlântica. O estande de vendas instalado estrategicamente na praia informa que 98% das casas já estão vendidas – as mais caras chegam a R$1,5 milhão.

Já na Costa Sul da ilha, uma das melhores vistas é de uma casa em construção no Condomínio Fazenda Arrozal – que tem 33 lotes de 2.900 metros quadrados cada um. Boa Parte do litoral pode ser avistado dali, a 200 metros acima do nível do mar. No projeto está a construção de uma piscina com fundo infinito – a água do reservatório se confunde com a paisagem do mar. O imóvel é avaliado pela Imobiliária Momento terra em cerca de R$2,5 milhões.

Nos Condomínios lançados em Maresias, o charme fica por conta da piscina privativa e o pé na areia. No Vista Mar, com 11 moradias, as quatro casas de frente para a praia saem por R$2,5 milhões. Os imóveis exploram o uso de vidro (para ver o mar) e a incidência de luz natural do sol.

O Guaratuba Residence Resort (vizinho da Riviera de São Lourenço, em Bertioga) ainda não foi lançado oficialmente pela EZtec. Mas outdoors no local do empreendimento e a propaganda na internet exploram os 70 itens de lazer que o espaço vai oferecer aos moradores: redário, sala de massagem e ofurô, xadrez gigante, minianfiteatro, lan house, um orquidário e até uma praça ‘luau com fogueira’.

Benefícios e problemas
Segundo o secretário de Administração e Finanças de Bertioga, Enio Xavier, dois novos Condomínios de luxo no município, um da Camargo Correa e outro da EZtec, devem trazer um aumento de R$1 milhão cada um na arrecadação de IPTU.

“É muito significativo. Como são imóveis caros, quando vendidos também geram grande tributação, como ITBI (pago na transferência de imóveis)”, diz.

O secretário afirma que ainda há outros três projetos grandes de parcelamento do solo em estudo na cidade. Porém, os empreendimentos também são criticados. Para o advogado Eduardo Hypolito do Rego, que integra o Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), indicado pelas ONGs do Litoral Norte, os Condomínios são nocivos.

Segundo ele, é uma tendência que deve se consolidar devido às restrições legais para lotear áreas à beira-mar.

Na maior parte da Costa Sul de São Sebastião, a lei do gerenciamento costeiro veta o loteamento de áreas. Porém, os Condomínios são considerados gleba única, driblando a Legislação.

Há mais uma vantagem para construir Condomínios, e não loteamentos, cuja Legislação obriga o empreendedor a dispor de cerca de 40% de todo o terreno em áreas verdes e institucionais – para equipamentos públicos – e ruas.

“É ruim, pois a lei foi feita justamente para desestimular o adensamento humano. Perdem a cidade e os moradores, pois são áreas de acesso restrito”, afirma Rego.

A SOS Mata Atlântica também não aprova o adensamento populacional no Litoral de São Paulo. De acordo com Mário Mantovani, diretor da fundação, deveria-se incentivar hotéis e pousadas e desestimular as segundas moradias. Isso porque quando são construídas casas o Poder Público é obrigado a instalar infra-estrutura (água, esgoto, ruas, postos de saúde) e, dessa forma, ocorre degradação ambiental.

Segundo Luiz Paulo Pompéia, da Embraesp, os empreendimentos estão mais preocupados com a questão ambiental – em parte porque a Legislação ficou mais rigorosa e, também, porque os empreendedores perceberam que a área verde pode ser usada como ‘âncora de vendas’.

(Fonte:Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 20/01/2008)

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