O mais quente da notícia é que uma família de quatro pessoas que adotar o sistema poderá economizar pelo menos 30% por ano na conta de energia elétrica, segundo Carlos Felipe da Cunha Faria, diretor da Dasol (Departamento Nacional de Aquecimento Solar).

Mas a empolgação com esse dado poderá receber um banho de água de fria se o consumidor queimar etapas ao projetar e instalar o equipamento.

Para aproveitar ao máximo o banho de sol, os cuidados começam na escolha da marca. “Muitas empresas ainda vendem sem selo de qualidade”, comenta Luiz Olimpio Costi, presidente da Abrasip (Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais).

“O critério é comprar equipamentos com selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)”, responde Faria.

Ele indica ainda um segundo selo, o Qualisol, também do Inmetro, que certifica a qualidade do revendedor para instalar.

Na conta do investimento inicial, o aquecedor solar é a opção mais cara na comparação com gás e eletricidade.

“O gasto mínimo com um sistema simples, com duas placas coletoras e um reservatório de 200 litros, será de R$2.00”, calcula Racine Prado, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Uma boa opção são modelos com válvulas que evitam o congelamento da água caso a temperatura caia demais, comprometendo as tubulações.

Projeto e uso
Para valer a pena, essa despesa tem de ser casada com um bom projeto de instalação. “Deve ser feito com o fornecedor, bem detalhado, para a máxima eficiência”, alerta Prado.

Mas até a geografia da cidade pode complicar o bom aproveitamento da luz solar.

“A dificuldade é encontrar, em prédios muito altos, uma área apropriada à disposição ideal das placas, sem contar a solução hidráulica (é preciso um processo que não permita que o calor da água se dissipe pelas longas tubulações até o ponto de uso)”, lembra Costi.

O sistema pede ainda cuidados com o aumento do consumo de água, calculado no projeto de instalação – multiplicação entre número de pessoas, número de banhos diários, tempo de cada um e vazão.

“Indicamos que se use água quente somente no chuveiro”, diz Faria, para maior economia de água e energia.

Cálculo da economia inclui gasto de água

Consumo chega a duplicar com sistema de placas; energia solar aquece até 70% da água da casa e pede complemento. Além do consumo de energia elétrica, outras variáveis, como o gasto de água, devem ser consideradas na hora de optar pelo aquecimento solar.

Por mais que o sistema seja bem dimensionado e projetado com a rede hidráulica, sistemas que fazem uso de misturadores, que é o caso do aquecimento solar ou a gás, acabam tendo consumo maior do insumo.

“Dependendo do usuário e do acessório (as duchas com misturador têm vazão a partir de 5 ou 6 litros/minuto), o gasto com água pode ser dobrado, se comparado ao do chuveiro elétrico (3,5 litros/minuto)”, afirma Douglas Messina, pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).

“Na conta de água também interferem itens como a pressão, a distância do ponto de uso até o reservatório e os hábitos do usuário: quantos banhos ele toma por dia e quanto tempo cada banho demora”.

No caso de aquecedores a gás, o gasto com a água também deve ser fator de cálculo dos custos mensais. Para quem gasta pouco tempo no banho e mora sozinho, o chuveiro elétrico ainda é mais econômico.

O preço de um aquecedor a gás de oito litros que gasta, em potência máxima, 1,27 metros cúbicos de gás/hora, é, em média, de R$360, segundo a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo; www.comgas.com.br).

Já um chuveiro pode ser comprado por 10% desse valor, representando o menor investimento inicial para o banho.

Mas a melhor opção, segundo o pesquisador do IPT, é um sistema híbrido, ainda em estudo, que pré-aquece a água em placas coletoras de luz solar.

“Um chuveiro de baixa potência dá o complemento necessário, com pequeno volume de água e baixo consumo de eletricidade”, prevê.

Faria lembra que, mesmo nos modelos disponíveis, “o aquecedor solar nunca é auto-suficiente; ele sempre vai precisar de um apoio”. Assim, para os dias de tempo ruim, há um complemento elétrico ou a gás.

Segundo o especialista, é exigido que o aquecedor solar atenda a pelo menos 40% da demanda de água quente de uma residência, “podendo na melhor das hipóteses (muito sol e posição ideal das placas), fornecer 60% ou até 70%”.

Marketing
A nova legislação não é o único incentivo para que usuários e investidores adotem o aquecimento solar. Acreditando no apelo de marketing do equipamento, o comerciante Luís Nunes, 37, construía dois sobrados para venda resolveu se antecipar às decisões legais.

“As casas têm dois banheiros e um lavabo cada uma, e achei que o aquecedor solar agregaria valor, pois é um momento em que se pensa muito na economia de energia elétrica e na preservação do ambiente”, diz.

Ele afirma que instalação, projeto e compra dos equipamentos encareceram a obra, e o valor final do imóvel subiu 5%. “Os tubos são especiais, para suportarem temperaturas de até 75° C”, conta.

“Mas calculo que o comprador da casa fará uma economia de ao menos 50% nas contas de energia elétrica”, completa.

(*) Ementa - (...) dispõe sobre a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar nas novas edificações no Município de São Paulo.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 03/02/2008)

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