Uma explosão na manhã de ontem em um apartamento do Conjunto Habitacional Santa Conceição, na Cidade Tiradentes (zona leste de São Paulo), deixou 24 pessoas feridas, duas em estado grave e 180 desalojadas. Depois do impacto, que destruiu paredes, pisos e tetos, um incêndio causou pânico entre moradores, que pularam de janelas para se salvarem.

O prédio foi construído pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que não confirmou a causa do acidente. A principal suspeita é a de vazamento na tubulação de gás.

A explosão aconteceu por volta das 7h no apartamento 21-B - o prédio, de quatro andares, tem três blocos com 20 moradias cada um. Segundo apurou a reportagem, uma moradora do apartamento teria acendido a luz, dando ignição para a explosão. Ela teve 70% do corpo queimado.

O impacto afetou a estrutura do prédio. Uma viga de sustentação e uma escada foram destruídas. O deslocamento do ar foi tão forte que quebrou vidros de várias janelas.

Logo depois da explosão, diversos focos de incêndio surgiram pelo prédio, segundo o Corpo de Bombeiros. Com as chamas e a fumaça tomando conta dos espaços, pelo menos dez pessoas pularam de janelas.

Os moradores do prédio tinham se mudado na segunda-feira. Eles participaram de um programa da CDHU destinado à população da favela do Jardim Damasceno, na região de Brasilândia (zona norte de SP). Vítimas disseram que sentiam cheiro de gás no prédio.

Os 180 moradores, que ocupavam 56 dos 60 apartamentos, ficaram desalojados, segundo a Defesa Civil. Eles foram encaminhados provisoriamente para a Escola Municipal de Educação Fundamental Elias Shammas, próxima ao local. Mais tarde, foram levados a hotéis, segundo a CDHU.

Os 24 feridos foram encaminhados para três hospitais nas imediações. A Defesa Civil interditou o imóvel. O caso foi registrado no 54º Distrito Policial (Cidade Tiradentes), que fez boletim de ocorrência por incêndio e explosão. Peritos da polícia farão vistoria no prédio. A CDHU ainda não avaliou o valor dos danos causados.

Desespero
Uma mãe jogou seu filho de dois anos do quarto andar do prédio em chamas para salvá-lo. No solo, um homem conseguiu segurar o menino, que saiu ileso da queda de cerca de 15 metros de altura.

Às 7h30, o menino Kaique Loza dos Santos, 2, passava mal com a fumaça e com o calor no apartamento 44 do bloco B. "O nariz dele já estava todo preto e achei que o Kaique não resistiria. Antes de soltá-lo, segurei-o pelo braço e disse: "Meu filho, seja o que Deus quiserchr39", relata a mãe do menino, a dona-de-casa Nataly Loza Galdino, 17.

A mulher foi salva cerca de 15 minutos depois pelos bombeiros. "Eu ia pular também, mas a polícia gritou que eu morreria. Por isso, esperei pela escada dos bombeiros", conta Nataly, que não se feriu.
Secretaria Estadual da Habitação afirma que construção seguiu normas técnicas 

Outro lado
A Secretaria Estadual da Habitação, responsável pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), informou, em nota, que o Conjunto Habitacional Santa Conceição foi construído dentro das normas técnicas e vistoriado pelo Corpo de Bombeiros antes da mudança das famílias.

"As causas do acidente ainda são desconhecidas", disse o órgão. "O prédio foi interditado e somente será liberado após perícia técnica realizada pela Polícia Civil."

Segundo a secretaria, o sistema de gás do prédio passou por uma vistoria da CDHU e da empresa fornecedora antes da entrega dos apartamentos. O órgão também disse que foram feitos testes para detectar pequenos e grandes vazamentos.

Ainda segundo o órgão, a CDHU enviou técnicos sociais, de obras e de segurança ao local e a primeira medida tomada foi buscar abrigo para as famílias, que seriam encaminhadas a hotéis localizados na zona leste.

"A companhia está fazendo um levantamento de novas unidades habitacionais para possível substituição. As famílias receberão todo o suporte necessário, incluindo alimentação", diz nota, que chama o acidente de "lamentável".

A reportagem procurou a S. Figueiredo Construtora Ltda., responsável pela obra, que não se manifestou. Foram deixados recados na empresa e em um dos imóveis de seu presidente, Saulo Gouvêa de Figueiredo, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

O Corpo de Bombeiros não se manifestou sobre a perícia feita no prédio.

(Fonte: Veiculado no Jornal Folha de São Paulo, em 08/03/2008)

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