Eu ainda era um garoto e me lembro bem que estava em frente à televisão da família (marca Semp, preto e branco) quando passei o dia assistindo a uma tragédia que assolava a cidade de São Paulo: era o incêndio do prédio Andraus. Pouco tempo depois, outra tragédia, desta vez no Edifício Joelma, também no centro da cidade, com a morte de inúmeras pessoas.

A causa dos incêndios? Um curto-circuito em um equipamento, que foi propagado pelos andares, principalmente pelos shafts por meio de fios e cabos. Além disso, os condutores, que na época ainda eram com a famosa cobertura de pano (na verdade um produto que parecia pano) eram um dos grandes propagadores das chamas e emissor de fumaças tóxicas, o que fez com que inúmeras pessoas desmaiassem intoxicadas e não tivessem tempo de se salvar.

De lá para cá a indústria de fios e cabos passou a se preocupar mais com esta questão e as normas técnicas também acompanharam estas mudanças. Os cabos foram os que sofreram mais modificações e continuam nesse processo de evolução. Surgiram então os produtos anti-chamas, ou na prática, não propagantes de chamas, o que já garantia que este tipo de material não seria condutor de incêndios, somente da eletricidade.

O produto perdurou por anos e, com certeza, minimizou inúmeros acidentes. O apelo ecológico foi mais um condicionante para a continuidade da evolução dos cabos, na retirada de materiais prejudiciais a saúde, como é o caso do chumbo. A partir de então, os cabos agregaram a função de ecologicamente corretos, além de não propagante de chamas. Mas ainda faltava algo.

Os cabos, mesmo não propagando a chama, ainda exalavam uma fumaça tóxica que poderia causar problemas em uma rota de fuga, provocando desmaios e fazendo com que os acidentes tomassem proporções maiores. Foi neste momento que a indústria trouxe mais uma evolução e lançou os cabos com isolação de material livre de halogênio, ou seja, os gases exalados pelas capas dos condutores não são tóxicas e permitem que, em caso de incêndio, as pessoas possam se deslocar para áreas seguras sem o risco de desmaio no caminho da fumaça.

Esta tecnologia já está incorporada na maioria dos condutores para utilização em baixa tensão e principalmente para ser usado em locais de grande afluência de público. Apesar de toda esta tecnologia, ainda é necessário todos os cuidados com os demais requisitos de uma instalação elétrica, como proteção contra sobre cargas, dimensionamento correto de condutores e outros requisitos que são explícitos nas normas técnicas.

Pense a respeito e aja com consciência, a vida é muito importante para ser desperdiçada por causa de uma economia "burra" em relação à instalação elétrica.

(Fonte: Veiculado no Site Programa Casa Segura – Elaborado por Edson Martinho – engenheiro eletricista)

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