A cidade do Litoral Paulista foi a mais próxima da origem do tremor em alto-mar que assustou brasileiros de quatro estados do País, atingindo 5,2 graus na escala Richter, o quinto maior já registrado no País. 

Foi uma iniciativa do construtor ter uma estrutura antibombardeio. Era uma época de guerra. Eu me sinto seguro. Se tivesse um terremoto de novo, eu seria o primeiro a vir pra cá - conta o aposentado Décio Marbin, de 65 anos, morador do 12 andar do prédio e filho do construtor.

O refúgio do Edifício Gaudio tem cerca de 40 metros quadrados e capacidade para 80 pessoas. A construção se iniciou em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o bunker, como não é difícil de imaginar, nunca foi usado como tal. Já serviu como depósito de bebidas para o restaurante que funciona no térreo do prédio e, nos últimos anos, tornou-se um peculiar videokê anexo ao restaurante, com 18 mesas e um monitor de TV para os clientes soltarem a voz até a terra tremer.

O abrigo da praia do Gonzaguinha é um dos mais antigos do país. Segundo o consultor em segurança privada, Ricardo Chilelli, o Brasil tem hoje cerca de 110 bunkers, 82 deles no estado de São Paulo. Nesses casos, são construções encomendadas por milionários preocupados em proteger a família de ações violentas, como seqüestros.

O síndico do prédio, o aposentado Rodolfo Salvador Pena, de 72 anos, passou susto com o terremoto e, desde então, olha com mais carinho para o refúgio, até então somente uma relíquia para quem nutre uma veia apocalíptica.

- Eu estava em uma poltrona e senti (o assento) dançar duas vezes. Depois, deu uma tremedeira pequena. Minha filha saiu do quarto dizendo que o prédio estava caindo, e minha mulher veio da cozinha falando que as coisas estavam se mexendo. Descemos e saímos para a rua - conta o síndico.

O arrendatário do restaurante e, conseqüentemente, do bunker anexo, Manuel Lopes, de 62 anos, diz que nem sentiu o tremor. Mas… "Se for para usar, serei o primeiro a ir para lá." 

De acordo com o engenheiro civil José Elias Laier, especialista em estruturas e representante no CREA-SP da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, a estrutura reforçada de um abrigo antiaéreo, em tese, pode ajudar na hora em que a terra tremer.

- Quanto mais robusta a estrutura, mais resiste ao terremoto. Mas, dependendo do tipo de solo, e da magnitude do terremoto, até o bunker vai afundar - ressalva.

Ir à rua é o melhor jeito de se proteger

Em caso de terremoto: rua! Mesmo que se tenha um bunker em casa, descer as escadarias de um edifício ou sair do interior de uma casa ainda é a melhor opção durante tremores de terra. 

- O mais aconselhável é sempre ir pra rua. Bunkers, porões e subterrâneos não são mais seguros - afirma Marcelo Assumpção, professor de Geofísica da USP, que garante ser remota a chance de ocorrer outro tremor, de mesma magnitude, em curto intervalo de tempo no Brasil.

O terremoto da última terça, que causou danos pontuais a algumas residências, ocorreu no oceano, a 215 quilômetros de São Vicente, no Litoral Sul, provocado por uma "quebra" da placa tectônica na camada rochosa do solo, a dez quilômetros abaixo do nível do mar.

(Fonte: Globoonline)

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