O "Jornal Nacional", da TV Globo, começou a exibir uma série especial sobre as eleições municipais. O programa da última segunda-feira (22) mostrou o que há de comum entre uma cidade e um condomínio.

É hora do almoço e Paulo Barros já cumpriu a primeira jornada de trabalho do dia. Agora, ele assume o posto de síndico. "Aqui, moram quase 2 mil pessoas. É quase uma cidade", ele afirma.

Não é exagero. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos municípios brasileiros têm menos de 15 mil habitantes.

É por isso que José Carlos Pessoa se considera mais do que um síndico. O conjunto habitacional que ele administra no Recife é do tamanho de uma cidade: tem 16 mil moradores.

"É população maior do que 39 cidades de Pernambuco. Não sou só síndico. Sou prefeito, secretário, delegado, juiz, tudo", conta José Carlos.

Outras semelhanças entre um síndico e um prefeito: os dois são eleitos pela maioria e precisam saber administrar um orçamento. "Eu não sou mão-de-ferro, eu gosto que se cumpra as normas", destaca um síndico.

As normas que Paulo segue estão no regulamento interno. Todo condomínio tem um. É nele que estão definidos deveres e proibições, como o uso do playground e do salão de festas, por exemplo.

"Conheço o regulamento interno do meu prédio mais ou menos", confessa um homem.

"Não conheço a lei orgânica. Nunca vi divulgado em nenhum lugar", revela outro.

A lei orgânica é a constituição da cidade. Cada município tem a sua. Ela define as atribuições de um prefeito e como ele deve atuar em áreas como educação, saúde, meio ambiente e transporte público, por exemplo.

"Nos dois casos, síndico e prefeito arrecadam do público para devolver para o público, sob a forma de serviços, para criar ambiente propicio para a vida coletiva", explica o cientista político Marco Antônio Carvalho.

Pode parecer que as decisões de um condomínio são mais democráticas. Afinal de contas, o morador esta lá no prédio. Além de votar, pode dar palpite durante as reuniões e se precisar pode reclamar pessoalmente no apartamento do síndico.

Mas não é bem assim. Em qualquer Câmara Municipal, a população pode acompanhar as discussões. A diferença é que o voto de cada um é dado por um representante do eleitor escolhido nas urnas: o vereador.

Da mesma forma que muita gente torce o nariz para reuniões de condomínio. "Fui há duas reuniões para nunca mais", lamenta um homem.

Muita gente também acha que não resolve participar das decisões da cidade. "Por mais que se diga, ninguém ouve", revela uma mulher.

Nos dois casos, a omissão não é um bom negócio. "Quanto maior o desinteresse pela atividade, seja do síndico ou do prefeito, maior a probabilidade, tanto de síndico como do prefeito de usar seus cargos para vantagens pessoais e não para servir ao cidadão", conclui Marco Antônio Carvalho.


Fonte: G1 com informações do Jornal Nacional

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