O lixão da Alemoa, em Santos, um dos mais antigos do Estado de São Paulo, poderá dentro de quatro anos se transformar em um novo terminal de carga e descarga do porto. A tecnologia proposta é a mesma que está sendo empregada para despoluir terrenos que serão ocupados com parte do complexo dos jogos olímpicos de Londres, em 2012.

"Estamos aguardando a análise do método por parte da Cetesb e da área ambiental do Ministério Público. Nossa expectativa é iniciar os trabalhos agora no começo de 2009", afirma o engenheiro Giancarlo Andreoni, diretor do projeto da Brasil Terminal Portuário, empresa que arrendou a área junto à Codesp.

Quando estiver pronto, estima-se que o novo terminal aumente em quase 10% a capacidade do Porto de Santos, movimentando mais de 70 milhões de toneladas em 20 anos. Hoje, o lixão se encontra coberto por uma vegetação rasteira, sendo impossível ocupá-lo em razão da periculosidade do material ali depositado.

SEM DESMATAMENTO

Para os especialistas, o grande benefício é mesmo a ocupação de uma área degradada, que dificilmente conseguiria investimento público para a sua recuperação. Estima-se que o custo da limpeza do terreno, que tem 342 mil metros quadrados (o equivalente a cerca de 40 campos de futebol), ficará em torno de R$ 300 milhões.

"Esse, a meu ver, é um dos principais aspectos que cercam essa iniciativa", afirma Ícaro Cunha, professor de política ambiental e da área de mestrado em Gestão de Negócios da Universidade Católica de Santos (UniSantos).

Segundo ele, a ocupação do antigo lixão da Alemoa traz benefícios que vão além do aumento da capacidade operacional do porto.

"Ao fazer a instalação do terminal recuperando uma área degradada, você consegue uma expansão sem ter que desmatar trechos de manguezais. Isso é importantíssimo do ponto de vista ambiental", afirmou Cunha.

MÉTODO RÁPIDO

Para o professor Élio Lopes, da Universidade Santa Cecília e consultor do Ministério Público, outro grande diferencial da proposta apresentada pela Brasil Terminal Portuário (BTP) é a rapidez.

"Pelas tecnologias atuais, seriam necessários 20, 30 anos para quea área fosse descontaminada. A tecnologia proposta pela BTP faz isso em três, quatro anos. É muito rápido".

Lopes, juntamente com uma comitiva do MP, esteve recentemente em Londres conhecendo a aplicação da técnica. Na capital inglesa, uma das áreas que receberão o complexo olímpico de 2012 era ocupada por antigas indústrias, cujos resíduos contaminaram o solo. "É um bom projeto", avaliou o especialista.

Segundo Giancarlo Andreoni, outro aspecto positivo do novo método, inédito no Brasil, é que 70% do solo existente no local será recuperado. "Isso diminui a necessidade de buscar aterros em outras áreas, evitando o transporte de material contaminado. Só os 30% restantes é que serão encaminhados para aterros especialmente destinados para esse tipo de contaminante".

O contrato de arrendamento estipula que o terminal deverá movimentar quase 5 milhões de toneladas-ano de cargas, entre elas contêineres e líquidos.

football news

 

Compartilhe

Veja outras notícias

Negociações coletivas encerradas para as bases territoriais de São Vicente, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

+

Leia mais

Atenção: Assembleia Geral Extraordinária - Negociação Coletiva 2024/2025 - Síndicos, participem!

+

Leia mais

Assembleia Geral Extraordinária

+

Leia mais