Um modelo de transporte rápido, capaz de incrementar a economia e revitalizar áreas urbanas degradadas, que pode ser integrado perfeitamente com o contexto da Região Metropolitana da Baixada Santista. Estas foram as impressões que os representantes das prefeituras de Santos e São Vicente tiveram durante recente viagem por quatro países da Europa, para conhecer o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A viagem técnica teve como objetivo conhecer a forma de implantação e os impactos produzidos pelo modelo de transporte, que no exterior é conhecido como tramway (uma espécie de metrô leve de superfície).

Foram conferidas as experiências realizadas nas cidades de Paris e Bordeaux (França), Madri e Barcelona (Espanha), Porto (Portugal) e Bruxelas (Bélgica).

A comitiva da Baixada Santista contou com o secretário de Planejamento de Santos, Bechara Abdalla Pestana Neves; a secretária de Planejamento de São Vicente, Elizabeth Corrêia e o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, Rogério Crantschaninov.

Todos conheceram as estruturas de operação do VLT adotadas na Europa. E voltaram convencidos de que o modelo é perfeitamente aplicável na Baixada Santista. O Governo do Estado já abriu o processo licitatório para elaboração do projeto executivo, cuja fase inicial contemplará Santos e São Vicente, no trecho da linha férrea que foi desativada.

Na França, a Cidade de Bordeaux revitalizou o Centro Histórico através da implantação do VLT. "Por onde passa o VLT local houve uma espécie de injeção de ânimo. Os prédios tiveram suas estruturas recuperadas", assinalou Pestana Neves.

Os módulos de transporte utilizados nos quatro países contam com capacidade para 350 passageiros (sentados e em pé), tendo cinco portas em cada composição, incluindo acomodações para pessoas portadoras de deficiência física.

As estações contam com sistemas de acesso eletrônico, onde os visitantes podem obter os cartões magnéticos para embarcar nos módulos.

"A estrutura desses pontos de embarque e desembarque é simples,possuindo apenas a cobertura e os equipamentos eletrônicos para a venda dos cartões magnéticos de acesso. A grande novidade é a tecnologia que permite minimizar os impactos na área urbana", assinalou Pestana Neves. 

MENOS BARULHO

O piso onde são colocados os trilhos é dotado de borracha fabricada a partir de pneus reciclados. "Isso evita aquele barulho produzido pelo sistema ferroviário convencional", assinalou Elizabeth Corrêia.

O VLT é movido a energia elétrica, que pode ser alimentada por via externa (por cabos suspensos) ou subterrânea, junto com os trilhos. "Este segundo caso é utilizado em áreas como o já citado Centro Histórico de Bordeaux, para permitir a visualização dos imóveis. Na Espanha e em Bruxelas é usado o sistema de cabos convencional", complementou Pestana Neves.

O tramway europeu funciona interligado com outros tipos de transporte, como ônibus, trens , metrô e até bicicletas. Como a velocidade é relativamente baixa (até 60 km/hora), é possível controlar o módulo em uma situação de emergência, por exemplo.

Rogério Cranstchaninov relata que constatou uma situação especial na França. "Vi um módulo do VLT parar em um trecho para que uma pessoa idosa pudesse atravessar a via onde estava o ramal. Isso não seria possível se fosse uma composição do sistema ferroviário convencional".

Sobre o sistema de controle semafórico nas principais vias cortadas pelos ramais do VLT, Cranstchaninov explicou que o projeto do VLT prevê um ajuste de tempo adequado nesses pontos. "Para o tráfego de veículos há um ganho de qualidade".

Fonte: A Tribuna Online - 09/12/2008

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