Contra fatos, não há argumentos. E contra imagens que provam onde uma pessoa estava, durante determinado período, não há defesa. Graças à presença cada vez maior de câmeras de monitoramento em estabelecimentos públicos e particulares, a polícia tem conseguido, em curto espaço de tempo, solucionar crimes como homicídios e furtos.

O último caso, ocorrido na Aparecida, em Santos ­- o assassinato por estrangulamento de uma mulher de 32 anos, na noite de domingo ­-, foi esclarecido menos de 48 horas depois do crime com a ajuda de imagens captadas por câmeras de um prédio vizinho ao local do homicídio.

Márcia Mendes de Souza foi morta pelo taxista Ralpho Gonzaga do Nascimento, de 33 anos, no apartamento em que ele mora. Segundo o acusado, a vítima era namorada dele há quatro anos. Conforme A Tribuna publicou ontem, a análise da gravação feita do edifício vizinho ao prédio do taxista foi determinante para identificálo e esclarecer o crime. Nas imagens aparece um táxi Siena branco, que supostamente estaria relacionado ao homicídio.

Na semana passada, o ex-jogador de futebol Janken Ferraz Evangelista, de 29 anos, foi preso na casa da mãe dele, em Teixeira de Freitas, na Bahia. Evangelista é acusado de matar a ex-mulher, Ana Cláudia Melo da Silva, de 18 anos, no dia 22, e de fugir com o filho deles, de 1 ano e 8 meses. Imagens das câmeras de segurança do condomínio onde Ana Cláudia morava mostram Evangelista saindo do prédio usando uma camisa diferente da que vestia quando chegou ao prédio na noite do crime.

Policiais e investigadores já se acostumaram a verificar se prédios e residências vizinhas a locais onde ocorreram crimes possuem câmeras de monitoramento. Conforme a delegada do 3º DP de Santos ­- onde o caso está sendo apurado -­ Désirée Piedade Quintela, geralmente o setor de investigação vai ao local que tem câmera e são fornecidas as imagens gravadas para análise.

"Às vezes, é necessário enviar para a perícia, quando as imagens não estão muito nítidas e precisamos de aproximação", explica a delegada. "Isso tem nos ajudado muito".

Segundo Désirée, algumas vítimas já chegam à delegacia para registrar boletim de ocorrência munidas de DVD com gravações do fato que estão denunciando.

Atualmente, a delegada conduz um caso de crime contra o patrimônio. "Ainda não foi 100% esclarecido, mas conto com imagens da câmera de um condomínio".

Além de assaltos e outros delitos solucionados graças a ajuda de imagens gravadas por câmeras instaladas em estabelecimentos particulares, a polícia também se beneficia de imagens feitas na orla, por equipamentos da Prefeitura. "Temos feito flagrantes de tráfico baseadas nessas câmeras da orla".

INCONTESTÁVEL
"O monitoramento tornou-se uma medida barata, banal, em função da queda do preço desses equipamentos", pondera o advogado criminalista Armando de Mattos Júnior.

De acordo com o advogado, tecnicamente, essas gravações valem como prova. "É lógico que essas imagens vão passar por perícia depois".

Além de receber um CD com as imagens que mostram os suspeitos próximos ou mesmo na cena do crime, conforme Mattos Júnior,juízes, promotores e advogados contam com espécies de fotografias, chamadas quadros, das gravações ­ imagens seccionadas ­ para que possam ser analisadas nos processos.

"São provas incontestáveis", garante o advogado. "Contra fatos, não há argumentos. Há prova de que o suspeito chegou tal horário. Para o advogado, fica difícil contestar a filmagem, fica chato para a defesa falar que não é (o suspeito). Isso, no júri, pega mal".

Mattos Júnior lembra que as pessoas são filmadas quase todos os dias, nos bancos, em prédios públicos, nas ruas. "Todo mundo hoje em dia é filmado. A prova ilegal é aquela produzida por meios ilícitos. Um exemplo é a interceptação telefônica sem autorização judicial".

Casos
No dia 24 de março de 2004, o advogado criminalista Walter de Carvalho recebeu três tiros de pistola calibre ponto 40, em seu escritório e morreu 11 dias depois. Uma câmera de segurança instalada no local ajudou a polícia a identificar os autores do crime

A auxiliar de limpeza Maria das Dores da Silva, de 31 anos, foi estrangulada pelo ex-companheiro, Joelson Aurélio de Souza, com a alça de sua bolsa, no dia 24 de novembro. Câmeras do posto onde Souza trabalhava mostraram o casal saindo junto do local, no dia do homicídio

Fonte: A Tribuna

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