Artistas, índios e defensores da preservação ambiental realizam esta noite uma vigília no plenário do Sendo em defesa da Floresta Amazônica. Liderados pelos atores Christiane Torloni e Victor Fasano, os artistas, autoridades do governo federal e parlamentares vão discutir ao longo da noite questões relacionadas à preservação da floresta --com ênfase na aprovação de projetos no Legislativo que priorizam questões ambientais.

Os artistas levaram ao Congresso Nacional carrinhos com um milhão de assinaturas de brasileiros que apoiam o chamado "manifesto Amazônia para sempre" --que pede a interrupção imediata do desmatamento da floresta. Os papéis foram impressos em papéis recicláveis.
Lula Marques/Folha Imagem

"São pessoas que assinaram o manifesto, que são contra o desmatamento na Amazônia. Não somos ONGs [organizações não-governamentais], não temos ligações político-partidárias. Passamos dois anos trabalhando na luta pela preservação da floresta", afirmou a atriz Christiane Torloni.

Além da entrega do manifesto, os artistas defendem a aprovação de uma lista de projetos que têm como prioridade a preservação ambiental --como o texto que destina recursos dos orçamentos estaduais para o meio ambiente.

"O momento é de apreensão para a Amazônia. Vamos continuar fazendo ações contra o desmatamento na floresta, atualmente há 240 ações de fiscalização em andamento. Mas há muitas madeireiras roubando madeira e gado. Nossa esperança é transformar essa força em medidas concretas", disse o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente).

A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, disse esperar que os presidentes da Câmara e do Senado coloquem em pauta os projetos ambientais que esperam pela análise dos parlamentares. "Esses projetos andam muito devagar. É fundamental que se pegue essa energia positiva e transforme isso em políticas públicas", afirmou.

Em discurso na abertura da vigília, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse estar disposto a priorizar a votação dos projetos ambientais que tramitam na Casa. "Eu quero me alistar entre os soldados que querem levar a Amazônia para sempre", disse o senador.

Contradição
Ao mesmo tempo em que o Senado realiza a vigília pró-Amazônia, na Câmara os deputados analisam a medida provisória que permite à União transferir, sem licitação, terrenos de sua propriedade na Amazônia Legal, com até 1,5 mil hectares, a quem detinha sua posse antes de 1º de dezembro de 2004.

O governo negociou a inclusão, no texto, de artigo que obriga a preservação ambiental dos terrenos cedidos pelo projeto. Na prática, porém, parlamentares ligados à bancada ruralista tentam retirar do texto a obrigação da preservação da floresta. "É como se você desse o título da propriedade das terras numa mão e, na outra, uma moto-serra", criticou Minc.

Para Marina Silva, a votação da MP é um "retrocesso" cometido pelos deputados. "É um bom sinal o presidente Sarney ter acolhido essa vigília no plenário do Senado enquanto na Câmara aprovam medida provisória que é um retrocesso", afirmou.

Fonte:
Folha Online

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