Pessoas portadoras de miopia ou hipermetropia até então consideradas inoperáveis por terem a córnea muito fina e graus elevados agora podem se valer de uma nova tecnologia capaz de devolver, em muitos casos, 100% da visão. Trata-se do implante de lentes especiais - Artisan e Artiflex, de fabricação holandesa - entre a córnea e a íris (a popular "menina dos olhos"). Diferente da cirurgia de catarata, neste caso não se mexe com a anatomia do olho, pois não é preciso retirar a lente natural (cristalino, atrás da pupila). Uma vez colocado, o implante, que é menor do que uma lente de contato, pode ficar permanente no olho, ou ser tirado e trocado em caso de necessidade.

A tecnologia chegou ao Brasil há cinco anos, mas a novidade é o lançamento da lente dobrável, que possibilita incisões mínimas para a sua colocação na córnea. "Esta lente veio preencher uma lacuna para pacientes considerados inoperáveis. O implante corrige e, se sobrar algum grau, aplica-se o laser para reduzir ainda mais ou até zerar", explica o médico oftalmologista Eduardo Paulino, cuja clínica é a única em Santos com protocolo aprovado pelo Conselho Federal de Medicina e Anvisa para realizar o procedimento.

Segundo Paulino, que fez treinamento especial e teve o nome aprovado pelo fabricante holandês, a restauração da visão é quase imediata dentro da primeira semana. O médico indica o implante para pacientes com miopia até 25 graus ou hipermetropia até 12 graus, mas que não podem se submeter à cirurgia a laser. Um de seus pacientes que recebeu a lente teve a miopia reduzida de 28 graus (o que correspondia a 10% da visão) para apenas um grau.

Corrigindo a visão
O oftalmologista explica que toda desproporção entre o tamanho do olho e o poder das lentes que compõem o olho (cristalino e córnea) forma algum tipo de grau. Atualmente, a correção de uma má visão pode ser feita pelo uso de óculos, lentes de contato, tratamento a laser e implantes de lente.

No caso do laser, ele sempre age na lente anterior dos olhos, chamada córnea. O tratamento, como o PRK e LASIK, envolve a remoção de tecido para modificar a configuração da córnea. O laser age evaporando microcélulas da córnea; para cada pulso que dá evapora duas micras da córnea, redesenhando sua curvatura para tentar jogar o foco corretamente na retina, que envia a imagem para o cérebro, que é quem realmente enxerga. Mas o laser não é indicado para todos os tipos de problemas. Quando a córnea é muito fina e o grau alto o procedimento pode ser arriscado e, neste caso, o implante é a melhor solução, garante Eduardo Paulino.

Como é feito e para quem
Com o lançamento da lente dobrável, o médico pode introduzir o implante, entre a córnea e a íris, através de abertura de 3,2 ml na córnea. A lente convencional exige um corte de 5 a 6 ml e alguns pontos. A lente é presa à íris com duas minúsculas peças de fixação, que asseguram que o implante fique perfeitamente no seu lugar.

Para se submeter ao implante, o paciente passa por um exame clínico para analisar as condições do grau, estudos especiais da curvatura da córnea, qualidade das células internas da córnea e medidas especiais de espaço entre íris e córnea, que são enviados para uma central em São Paulo.

A cirurgia é feita com intervalo de 15 dias entre um olho e outro, aplicação de anestesia local e dura em média 20 minutos. Em três dias o paciente volta às suas atividades normais. As complicações que possam surgir são as mesmas de qualquer cirurgia ocular, comenta Eduardo Paulino. O implante é contraindicado em pessoas com doenças oculares (como glaucoma, degenerações da córnea), infecções externas nos olhos e que apresentem um espaço menor do que 3 mm entre a córnea e a íris.

Fonte: Jornal da Orla

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