Fique atento aos números: 1,8 habitante por automóvel; frota de 249,40 mil veículos, sendo 134,309 mil só de carros e 59,425 mil de motos. Os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos de fato impressionam. Mas não é só quando estão em circulação que esses automóveis causam problemas. Estacionados nas ruas ou nas garagens, também são alvo de diversas e sérias controvérsias. E por razões distintas.

Sobram carros e faltam vagas para estacionar. O resultado dessa complicada equação? Problemas na fluidez do trânsito e até mesmo mal-estar entre vizinhos

Dentro desse panorama, muita gente está inserida na chamada vaga "brigativa", ou seja, quem chegar primeiro estaciona. "O importante é observar a convenção coletiva do edifício para saber direitinho quais são seus direitos", aconselha Rubens Moscatelli, presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon) . Por exemplo, muitas vezes, a convenção só permite um carro por unidade, mesmo que no espaço da garagem caibam um automóvel pequeno e uma moto "Se o regulamento interno é assim, o morador deve obedecer". No caso de carros maiores, que possam atrapalhar as manobras e até as vagas dos menores, a recomendação é que o síndico tente adequar o espaço para evitar aborrecimentos.

"Em relação às garagens demarcadas, muitos condomínios têm como regra o sorteio anual, assim, todos têm a chance de estacionar nos melhores lugares".

Guardador de carro

Nem sempre a falta de vagas é o único motivo para aborrecimentos. No condomínio Savion, o que acontece é justamente o contrário. Com 33 apartamentos, há 44 vagas disputadíssimas. Especialmente as oito duplas (em que cabem dois veículos). "Em uma delas, a maior, dá para estacionar duas dessas peruas e isso foi motivo de confusão", conta o síndico, João Roberto Nogueira.

Como explica, o regulamento interno diz que cada apartamento tem direito a uma vaga e que as outras são de quem chegar primeiro. E foi justamente pensando nisso que um proprietário resolveu agir. "Ele tem dois utilitários e mora em São Paulo. Sabe o que ele fez?

Comprou um carro velho e deixou lá, parado, para guardar a vaga. Nos finais de semana, ele tira esse carro, deixa na rua e estaciona os grandes. Um morador do edifício, que também tem dois veículos maiores, ficou bravo, mas não tinha o que fazer".

Há 14 anos como síndico, João Roberto resolveu destinar duas vagas para o estacionamento de motos e montou um bicicletário. "É uma moto por morador, independentemente do número de carros". Apesar de estar esse tempo todo no comando do edifício, ele garante que não tem privilégios e, como possui dois carros, também precisa disputar com os vizinhos as vagas maiores. "Quem chegar primeiro estaciona, sem discussão".

E foi para evitar as brigas que Leonor Simões de Almeida, síndica do Condomínio Jardim Azul, resolveu colocar o assunto, como se diz por aí, em pratos limpos.
"Tinha muita fofoca e eu não gosto disso. Então, conversei com os moradores e arrumamos uma solução para agradar a todo mundo".

O conjunto tem 14 apartamentos e cinco vagas de garagem. "Dois carros podem parar no corredor, das 20 às 8 horas. A vaga não é demarcada, então, acontece um rodízio meio que natural. Quem chega estaciona no local permitido e quem sobra põe nesse local, que é improvisado, mas obedece ao horário para não atrapalhar a
passagem. Assim, ficou bom para todos. Atualmente, são sete carros e todo mundo para em segurança".

Para evitar briga entre vizinhos ou mesmo atrapalhar o trânsito, o presidente da CET de Santos pede que as pessoas aluguem espaços próprios para isso. "Você aluga uma garagem próximo, pede para alguém do próprio prédio, enfim, tire seu carro da rua e não se aborreça". Jurandir Moura do Vale alerta que fora de uma garagem, o carro corre mais riscos. "De ser roubado, riscado. Além de tudo, o seguro encarece quando ele dorme na rua".

Fonte: Jornal A Tribuna (AT Revista)

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